Bom dia!
Você já ouviu falar em DPAC?! Muitos pais ao receberem o diagnóstico do filho de DPAC, não sabem do que se trata e ficam assustados com a sigla. A sigla vem de Distúrbio do Processamento Auditivo Central, que também pode ser chamada de Disfunção Auditiva Central ou Transtorno do Processamento Auditivo.
O DPCA é um distúrbio auditivo, entretanto, não necessariamente está interligado com a perda auditiva. Possuí características que afetam as habilidades auditivas e de interpretação das informações dos sons, porém, o sistema auditivo periférico, ou seja, o tímpano, a cóclea e o nervo auditivo encontram-se preservados na maioria dos casos. Então, o que acontece com os pequenos que recebem esse diagnóstico? A principal consequência desse distúrbio está no processamento das informações captadas pelas vias auditivas. A criança escuta normalmente mas tem dificuldade em entender o que se ouve (decodificar) e interpretar a mensagem que foi recebida.
A área responsável pelo processamento auditivo é composta pelas seguintes habilidades: atenção seletiva, discriminação, localização, reconhecimento do som, compreensão, integração (interligar o som aos outros órgãos sensoriais) e memória auditiva. Nas pessoas que apresentam esse distúrbio, algumas dessas habilidades podem estar comprometidas. As alterações mais encontradas estão nas funções de decodificação, codificação (construir uma informação baseada no que se ouviu), memória auditiva e prosódia (é a entonação que serve como apoio para o entendimento do que foi dito).
E o diagnóstico, como é dado? Muitas crianças vêm com a queixa da escola, por apresentarem dificuldades na concentração, na memorização, na aprendizagem em geral, na leitura e na escrita, principalmente nas trocas de letras. O diagnóstico é dado por análises audiométricas, onde um fonoaudiólogo é responsável pelo teste auditivo de processamento auditivo central (PAC), uma avaliação do desenvolvimento linguístico e do comportamento auditivo da criança. A idade mínima para realizar esse teste é a partir dos quatro anos de idade. Muitas vezes esse distúrbio pode vir acompanhado de outros, como por exemplo, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Quanto às causas podemos listar: a genética, as lesões cerebrais, os distúrbios neurológicos, o atraso da maturação das vias auditivas do Sistema Nervoso Central ou por envelhecimento natural do cérebro (no caso de idosos). A importância de realizar esses exames é que com eles saberemos especificamente em quais habilidades auditivas a criança possui uma maior dificuldade e com isso, auxiliar o fonoaudiólogo a construir um planejamento terapêutico mais preciso, mostrando onde deve intervir e auxiliar no preparo de estratégias mais eficientes. Um trabalho multidisciplinar que envolva a escola, os professores e principalmente os pais também é de grande valia para o desenvolvimento global da criança.
Quanto mais cedo o diagnóstico for fechado melhor para o prognóstico (melhora do quadro clínico) e o desenvolvimento da criança. O início do tratamento o quanto antes influencia bastante no processo de melhora do paciente, pois o cérebro das crianças tem uma grande flexibilidade o que chamamos de plasticidade neural, que faz com que essas habilidades sejam recompensadas e tenham mais chances de melhorar o desempenho escolar.
Se seu filho está com dificuldade escolar, não exite em conversar melhor com a equipe pedagógica da escola e procurar um bom fonoaudiólogo para esclarecer melhor suas dúvidas e acompanhar seu pequeno.
Com amor,
Ana Maria Poças.
CRFa 6-7185
PS.: Um resumo ilustrado que achei na internet para vocês entenderem melhor. Muito bom!

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