Bom dia!
A Maria Rita está prestes a completar quatro meses e eu a completar quatro meses de amamentação. Amamentação não exclusiva, com auxílio da mamadeira e do leite de fórmula… mas não menos cheia de amor por causa desses auxílios!
O Raul não foi amamentado no peito e eu sinceramente culpei (internamente) as enfermeiras do hospital onde ele nasceu por ele não ter aceito o meu leite… Elas introduziram fórmula para ele no primeiro dia de vida sem antes dar o meu leite, sem contar que eu levava o meu leite e elas não ofereciam para ele. Chegando em casa eu tentei dar o meu leite para ele, mas sem sucesso. O que aconteceu foi que ele já tinha se acostumado com a fórmula e sendo assim, continuei dando a fórmula em casa, já que o meu foco era que ele ganhasse peso para fazer a cirurgia. Desta forma, desde que engravidei da Rita, nunca me passou pela cabeça a ansiedade e o desejo gigantesco de amamentá-la exclusivamente pelo peito. Nunca floreei a amamentação e sempre pensei que se fosse possível eu amamentaria e caso não fosse, eu compraria a fórmula e não sofreria por isso. Enfim, Maria Rita nasceu e logo a amamentação me foi apresentada. Sabe aquelas imagens de mães amamentando sorrindo?! Aquelas propagandas de que o leite materno é a coisa mais importante na vida de um ser humano? Eu sentia raiva só de ver… a cada mamada da Rita eu tinha vontade de chorar, e muitas vezes chorava mesmo de dor e de raiva das pessoas que me “pressionavam” a amamentar minha filha. Por longas 4 semanas eu tive vontade de mentir a cada consulta da pediatra que me perguntava como estava sendo a amamentação e se estava sendo exclusiva no peito. Eu tive ingurgitamento mamário, fissura nos bicos e até mastite na mama esquerda. Amamentava com febre e muita dor. Pensei em desistir e me senti pressionada por algumas pessoas que, diziam que eu não podia desistir, que eu tinha que aguentar a dor… porque doía mesmo! =(
Nesse mesmo tempo, mais uma vez a Fonoaudiologia me fez entender o porquê deu tê-la escolhido. Tive que ser minha própria fono… para tratar a pega correta da Rita na minha própria mama. É mamães… amamentar não é fácil! Dói! Dói muito! Dói muito até que seus bicos estejam calejados… Amamentar cansa! Cansa ainda mais quando você tem mais de um filho. Hoje, sendo mãe de dois que foram de diferentes modos alimentados, posso afirmar que amamentar tem o mesmo efeito AFETIVO quanto a mamadeira! E a minha consciência hoje está tranquila, no quesito afetividade, em relação a não ter amamentado o Raul. Portanto, mamãe que não pode amamentar (ou simplesmente não quer)… não se julgue! Não escute os outros! Sinta o seu instinto e seja feliz! É claro e óbvio que o leite materno é 104165461646 vezes melhor que o leite de vaca, mas me sinto abençoada em ter dado mamadeira pro Raul e poder oferecer o peito e a mamadeira pra Rita. O que importa é o amor que você está exalando ao alimentar seu filho.
Hoje a amamentação não me dói mais. Sigo completando com fórmula quando sinto necessidade. E gostaria de dizer que não me sinto menos mãe por causa disso, não estou “estragando” a minha filha por dar a fórmula junto (pelo menos o Raul eu não estraguei… risos) e se ela vai preferir a mamadeira a meu peito eu não sei. Até agora estamos indo super bem nos dois! Ela até escolhe a maneira como vai se alimentar. Então… esse é meu jeito de ser mãe. É a mãe que sou! Alem disso, mães de fissurados, sintam-se abraçadas e confortadas. Vocês estão fazendo o melhor pro seu filho, seja dando mamadeira, seja dando peito.
Com amor,
Ana Maria.
Ps.: Dedico esse texto às mães de pequenos ainda fissurados… Recebam meu amor e meu apoio! Amamentar não é tudo! AMAR é tudo!