Oi gente!
Meu nome é Marcelle, sou psicóloga, AINDA não sou mamãe e fiquei super feliz com o convite da Ana em escrever para o Fissurada na Maternidade. Esse “ainda” escrito acima, já é uma evolução, pois, comecei a pensar em ser mãe há pouquíssimo tempo. Sempre tive muito medo dessa responsabilidade enorme em formar um ser humano. Por não conhecer esse universo na prática, somente na teoria, peço que tenham um pouco de paciência se eu escrever alguma bobagem. Tenho certeza que aprenderemos muito juntas e, daqui uns anos, serei uma mamãe tão dedicada quanto vocês.
Brincar é um comportamento espontâneo da criança. Tente se lembrar da sua infância, das brincadeiras que gostava, das fantasias que criava. É importante relembrar de momentos como esses para entender a importância da brincadeira na vida de uma criança. Será que ela brinca somente quando pega um carrinho ou quando inventa histórias com uma boneca? Ou existem outras formas de brincar que nos passam despercebidas? Ao mudar objetos de lugar, esfregar as mãos na parede, jogar uma caneta para o alto ou brincar com animais, a criança explora o mundo ao seu redor através dos seus sentidos. Muitas vezes os pais as repreendem por considerarem que estão fazendo bagunça. É importante que os pais e educadores deem liberdade às crianças e estimulem a brincadeira, porque, assim, elas exteriorizam sua realidade interior, expressam sentimentos e emoções, aprendem a seguir regras, experimentam formas de comportamento, permite que elas solucionem problemas e descubram o mundo ao seu redor. Os pais se preocupam em tornar seus filhos pessoas responsáveis, equilibradas, atenciosas e se esquecem de que a brincadeira pode ser uma ferramenta que desenvolva essas qualidades.
É importantíssimo que os pais estimulem, apoiem e encorajem a criança a brincar sozinha, mesmo se ela tiver irmãos. Dessa forma, ela torna-se independente e autônoma e, os pais, têm tempo para fazer suas coisas sem serem interrompidos a todo instante. Li uma matéria onde uma mãe teve problemas com o seu segundo filho. Como ele sempre teve o irmão mais velho para brincar, não se acostumou a brincar sozinho. Quando o irmão fez quatro anos e foi para a escolinha, ele, com dois anos, não dava sossego para ninguém na casa, queria atenção o tempo todo e não gostava de ficar sozinho. A mãe sentiu-se culpada e ficou se perguntando o que poderia fazer para corrigir aquelas atitudes do filho mais novo. Foi então que teve a ideia de criar o “momento a sós”. Na verdade, esse momento já existia quando eles eram pequenos, e tiravam uma soneca depois do almoço. Depois de crescidinhos, eles deixaram de tirar a soneca, mas ficavam cada um em seu quarto, sozinhos, durante uma hora para fazer o que quisessem brincar, desenhar ou assistir desenhos. Era o momento deles e somente deles. Dessa forma, o filho caçula aprendeu a se desapegar das pessoas e descobriu que pode brincar sozinho e se divertir o mesmo tanto.
Espero que eu tenha ajudado vocês de alguma forma.
Um beijo,
Marcelle Camargo
Psicóloga – CRP04/37250
Contato: celle_camargo@yahoo.com.br