Bom dia!
Sobrevivi ao período de licença maternidade… risos… Desde o dia que cheguei do hospital, após a chegada da Maria Rita, continuei fazendo as mesmas coisas que sempre fiz. No primeiro mês tive ajuda da minha mãe, da minha avó, da minha tia e da minha sogra com as tarefas domésticas. Posso dizer que enlouqueci nesse primeiro mês e se não tivesse tido a ajuda delas tinha surtado de vez. Nesses meses aprendi, na marra, a me desdobrar para dar atenção para os dois filhos, o que não foi uma tarefa fácil para mim. Não durmo direito há um bom tempo. Passei por perrengues com uma virose brava que pegou o Raul no quarto dia da Rita em casa e uma gastroenterite que resolveu me pegar com um pouco mais de um mês após o parto. Tivemos um “belo” começo de vida nova, não é mesmo!? Tive que ter fé, muita fé para que minha pequena não pegasse nenhuma dessas duas viroses… Em meio a esses acontecimentos, tive um começo não muito agradável de amamentação, esse já comentei por aqui… e com tudo isso acontecendo fui me dando conta de que minha nova realidade de maternidade estava apenas começando… Não tive mais minhas roupas lavadas e passadas, não tinha mais minha casa limpa e nem minhas refeições preparadas. A minha “licença” tinha chegado ao fim.
Dois meses se passaram e as aulas do Raul começaram e além das tarefas da casa que ainda estavam sendo domadas, tive que me adaptar a mais uma nova rotina. Os horários da Rita e do irmão não coincidiam. Enquanto eu estava amamentando ou dando banho na Maria Rita, o Raul me solicitava para outra atividade que eu não podia ajudá-lo no momento. Isso me frustrava muito! Ele sentia a diferença do meu tratamento, da minha atenção que já não era somente dele e eu me sentia muito culpada por isso. Eu sabia que a minha vida seria diferente com dois filhos e que daria conta do recado, mas na realidade eu me embananei com os acontecimentos, com meus sentimentos e na bola de neve que havia se tornado minha vida. Eu não via saída. Fiquei chata, muito chata! Ficava nervosa com a casa bagunçada e com as “birras” do Raul, que na verdade eram por causa da minha “ausência” sentida por ele. E eu não sabia nem por onde começar para sairmos dessa fase em que nos encontrávamos. Os meses foram se passando, hoje, após 5 meses, me sinto mais em paz. Essa fase foi necessária para o nosso crescimento e para o nosso conhecimento. Estamos nos moldando e aprendendo devagarinho que tem espaço para todos. Nós três, Raul, Maria Rita e eu, estamos aprendendo e nos aceitando. Sabemos das necessidades de todos, quando estou amamentando o Raul já é capaz de me pedir para ficar ao lado dele ao invés de ficar pulando e pendurando em meu pescoço enquanto amamento a irmã. Ou quando a irmã está dormindo ele já diminui no barulho para que ela não desperte. Ah! Temos mais uma quarta pessoa… o meu marido. Se antes eu e ele fazíamos o Raul dormir e ainda sobrava tempo (e disposição… risos) para um jantar a dois, agora temos que fazer dois dormirem e rezar para o sono não vir antes do jantar ficar pronto… risos… É tão diferente! Tão cansativo! Mas ao mesmo tempo tão gratificante. Basta ver o carinho do Raul com a irmã ao conversar com ela, vê-lo fazer carinho com suas mãozinhas gordinhas no cabelo dela ou quando ele chega da aula e vai direto procurando pela irmã que o meu coração transborda de amor.
Meu sentimento é de gratidão! Agradeço por tudo o que vivi e por tudo o que ainda vou viver com esses dois seres que me foram confiados. A maternidade me define! Sinto-me feliz, plena, grata por tê-los e por exercer esse papel tão lindo de ser mãe. Reclamo às vezes, murmuro muitas outras, mas não viveria sem esses dois. Eles, definitivamente, vieram para me completar, mudar, transformar, para me fazerem crescer. Hoje sou outra Ana Maria, uma pessoa que procura ser melhor em tudo o que faz.
Com amor,
Ana Maria.
Ps.: Fotografia por Maria Patrício