A fissura labiopalatina é uma má formação congênita, ou seja, causada antes mesmo do nascimento. As estruturas faciais de um fissurado têm crescimento normal, porém entre a 4ª e a 12ª semana da gestação ocorre um erro na junção dos processos faciais embrionários, causando a falta de continuidade das estruturas da maxila. As fissuras são as deformidades faciais mais comuns em todas as raças e grupos étnicos, tendo maior incidência na raça amarela (asiáticos). A cada 650 nascimentos no Brasil, 1 criança nasce com fissura. A causa desse erro no processo de formação embrionária é muito vaga, mas dentre as possíveis, podemos citar:
- hereditariedade
- alterações morfológicas maternas
- diabetes materna
- hipotireoidismo
- stress
- infecções maternas
- desnutrição materna
- uso de determinados medicamentos
- radiação
- uso de drogas e álcool durante a gestação
Existem quatro tipos de fissuras:
- Pré forame (fissura labial – vulgo lábio leporino), pode ser unilateral ou bilateral
- Transforame (fissura labiopalatina), pode ser unilateral ou bilateral
- Pós forame (fissura palatina), pode ser completa (palato mole e duro) ou incompleta (palato mole)
- Submucosa (fissura palatina – de difícil diagnóstico)
O tratamento para a correção baseia-se em duas cirurgias básicas que ocorrem entre os três meses até os dezoito meses de vida. A primeira cirurgia, a labioplastia ou queiloplastia ocorre entre os terceiro e o sexto mês de vida, e a segunda, a palatoplastia ocorre após o primeiro ano de vida, podendo acontecer até os dezoito meses. Estas cirurgias têm como objetivo a reconstituição estética e funcional do lábio e do palato. Outras cirurgias podem ser necessárias no decorrer da infância e na adolescência, como enxerto ósseo e plástica reparadora para melhorar a aba do nariz.
A equipe multidisciplinar que acompanha o tratamento de crianças com fissuras é composta por: cirurgião plástico, otorrinolaringologista, psicólogo, fonoaudiólogo, dentista, ortodontista, enfermeiros e geneticistas (em alguns casos).
Ana Maria Poças.
CRFa 6-7185
Fontes:
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Spina VA. Proposed modification for the classification os cleft lip and cleft palate. Cleft palate J. 1979; 10:251.
Cardim VLN, Crescimento craniofacial. In: Altmann EBC. Fissura labiopalatina. Carapicuiba: Pró Fono: 1997.
Livro: Fissura Labiopalatina – Fundamentos para a prática Fonoaudiógica/Oragizadoras marisa de Sousa Viana Jesus, Camila Queiroz de Moraes Silveira Di Ninno. – São Paulo: Rocca, 2009.