Boa noite!
Muitas vezes me pego olhando para o Raul e vendo meu pequeno se tornando um rapazinho. É fato que eu não tenho mais um bebê em casa. Já é uma criança de três anos que há muito tempo já tem suas próprias vontades, já escolhe suas próprias roupas e sabe expressar seus sentimentos cada vez mais certeiros para que quem esteja ao seu lado entenda o que exatamente o está incomodando. A cada dia que passa percebo mais que as crianças não precisam de muito para serem felizes e bem desenvolvidas.
Um simples cadarço que ele acabou de tirar de um tênis vira uma corda para pular, ainda que não funcione exatamente bem, ele não se importa e pula como se estivesse mesmo com uma corda enorme. Um sofá fora do lugar com uma manta jogada por cima vira uma cabana onde ali embaixo saem as mais variadas vozes e sons de bichos, onde ele imagina e me chama para entrar na floresta dos dinossauros. Na maior inocência me convida “Vem mamãe, entra na cabana, os dinossauros estão vindo!” Um banho na bacia de lavar roupas e alguns brinquedos já fazem a felicidade enorme do meu pequeno, se ele pudesse ficaria horas debaixo do chuveiro imaginando uma enorme cachoeira ou uma tempestade que os barcos precisam enfrentar. A imaginação das crianças é algo fantástico! Elas vivem com tanta intensidade dia após dia que muitas vezes, nos meus mais exaustivos dias, ao deitar e ver meu pequeno adormecido ao meu lado, com aquela carinha de anjo dormindo, eu peço perdão. Perdão por ter me aborrecido, ter me cansado, ter brigado, ter colocado de castigo, não ter correspondido a um pedido de entrar na sua cabana, ter tido um ataque de fúria quando ele começa com as suas birras… Meus pensamentos voam quando meu olhar encontra aquela criaturinha que me fez e faz enxergar o mundo com outros olhos. Um ser que me deu um coração maior e melhor.
A simplicidade e o minimalismo de uma criança é um exemplo que devemos seguir, devemos pegar como filosofia de vida! Uma criança não precisa de brinquedos caros e nem roupas de grifes estrangeiras para ser feliz. Ofereça uma lata cheia de arroz ou de pedrinhas, ou então embalagens variadas para você ver do que elas são capazes de fazer. Roupas!? Muitas vezes as que custam R$ 9,99 fazem mais sucesso do que as que custam R$ 99,99. Será mesmo que precisamos dar presentes ou estar presentes? Será que estamos sendo o melhor que podemos ser pros nossos filhos? Será que estamos sendo o exemplo que queremos que eles sigam? Será que somos os pais que almejamos? Estas perguntas eu sempre me faço… e sempre chego a conclusão que tenho que melhorar, que posso me controlar mais, aprender mais, a me doar mais. E por ele, pelo meu Raul, sempre estou em busca do meu melhor.
Com amor e muita gratidão,
Ana Maria.