Retinopatia e gestação diabética – Deborah Patricio

Olá, pessoal, como havia falado no post anterior, lá pela 26° semana de gestação, percebi uma alteração em minha visão. Minha endocrinologista pediu que eu me consultasse com um oftalmologista. Fui em um e este sugeriu que me consultasse com um especialista em retinopatia diabética, o que me deixou preocupada. Fui até um especialista, ele me avaliou e já foi logo dizendo que as coisas não estavam boas. Apesar do meu exame de vista não ter dado nenhuma alteração em relação à grau de visão, minha retina não se encontrava em perfeito estado. É comum a visão das gestantes sofrerem alteração, mas nas diabéticas esse quadro pode ser irreversível, e era o que estava acontecendo comigo. O especialista falou: “a evolução da sua gestação não fará bem à sua visão, você esta com retinopatia grave, que se agravou por conta da gravidez, das mudanças hormonais da gestação, e para estabilizá-lá teremos que fazer um procedimento à laser com urgência”. Aí foi aquela correria para marcar o laser o mais rápido possível. Fiz o procedimento. É como um exame de vista, porém um pouco mais demorado e doloroso no fim, mas tudo suportável. A recuperação é demorada, a visão de longe e/ou a de perto ficam temporariamente ruins e com grande sensibilidade à luz.
Como a cada semana de gestação que completo a retinopatia pode piorar, tive que fazer 3 sessões com intervalo de uma semana para evitar uma piora maior. O caso é que, se eu tivesse feito essa mesma consulta no início da gestação, o quadro não teria avançado tanto. Estaria com a retinopatia leve e teria feito o laser com mais calma e sem agravar tanto a retina. A gravidez desestabiliza tudo, e foi o que fez em minha visão. Graças a Deus eu me consultei a tempo, não tive nenhuma alteração que afetasse minha visão diretamente, continuo enxergando do mesmo jeito. O que eu quero é alertar às mulheres diabéticas que pretendem engravidar ou que ainda estão no começo da gestação, da necessidade de se consultar com um oftalmologista, mesmo se tudo estiver bem aparentemente. O ideal seria antes de estar grávida, porque a retinopatia nem sempre apresenta sinais, como no meu caso não apresentou. A alteração que tive na visão que me levou à consulta foi por causa da gravidez e não da retinopatia, e essa alteração desaparecerá depois do parto. Se eu não me consultasse a tempo, eu ficaria sabendo da retinopatia da maneira mais dolorosa: perdendo a visão de uma hora pra outra. Me preocupei demais com o bem estar do Lorenzo e me esqueci da minha própria saúde.
A diabete é realmente uma doença silenciosa e devemos estar atentos à tudo, sempre! Às vezes achamos que está tudo ótimo e nos enganamos. Já são quase 30 anos de diagnóstico de diabete. Foram muitos anos usando insulina de porco, medidores de glicose sem nenhuma precisão, não existia insulinas de ação rápida e outras dificuldades. Ainda bem que hoje temos acesso à tecnologia de ponta para um melhor controle da doença, sem falar nos produtos sem açúcar que o mercado nos oferece. Antigamente mal mal tínhamos o Trident de menta…risos.
Então vamos aproveitar a informação que nos rodeia e as facilidades que estão ao nosso alcance para tornar nossas vidas mais tranquilas e nosso tratamento mais leve e com menos dificuldades. Que possamos cuidar dos nossos filhos sem esquecermos de nós!!!

Deborah Patricio Romero

Maternidade diabética, segundo trimestre – por Deborah Patricio

E o 2° trimestre passou! Engraçado, todo mundo diz que é a fase mais tranquila, que é a lua de mel da gestante, mas pra mim não foi, não. Pode ser pelo fato de eu não ter sentido nada no 1° trimestre… Só sei que o 2° me assustou um pouco.

Tive alguns episódios de taquicardia, falta de ar, dormência do lado esquerdo do quadril, dores nas costas, aumento do triglicérides e minha visão um pouco afetada. Fiz o eletrocardiograma e deu normal, o incômodo cardíaco durou só cinco dias. A dormência ainda permanece, toda vez que fico deitada em cima do lado esquerdo, aí vocês já viram, né?! A hora de dormir é um vira vira danado. As dores nas costas não têm como fugir, e elas só veem piorando… =/ O que ajuda um pouco são as massagens que meu marido faz diariamente. A falta de ar também não passou. É só me deitar de barriga pra cima ou me  esforçar um pouco além do que o de costume que pronto, fico parecendo uma sedentária. Por isso a importância do exercício físico desde o começo da gestação, pra já irmos condicionando nosso corpo para essa fase. Minha endocrinologista pediu que eu fizesse uma visitinha ao oftalmologista, porque apesar de ser comum a gravidez prejudicar um pouco a visão, não podemos esquecer que sou diabética e isso pode piorar o meu quadro. Marquei a consulta com um especialista em retinoplatia diabética e depois volto aqui pra contar!  Volto a enfatizar a importância de estarmos com uma saúde plena para planejarmos uma gravidez, pois a gestação altera demais nosso metabolismo e suas funções em geral. As diabéticas então… já sabem, é tudo mais complicado! Mas sem desanimar, não tem nada impossível!

Problemas cardíacos nos bebês de mães diabéticas são mais comuns, então tive que fazer dois ultrassons para verificar como anda o sistema cardíaco do Lorenzo. Os exames foram: Ecodopplercardiografia fetal e o ultrassom obstétrico com perfil biofísico fetal e doppler colorido. Os dois tiveram ótimos resultados, o coração do meu baby está ótimo! O que me assustou um pouco foi o tamanho que o Lorenzo está, e como o bebê diabético tem tendência a ganhar muito peso, inchar demais, qualquer coisa que o médico que realiza o ultrassom fale, a gente já desespera… risos… Bastou o médico dizer que eu estava com um menino grandão na barriga para eu achar que tinha algo errado. Mas minha obstetra disse que está tudo bem, ele está dentro do padrão normal de crescimento. UFA!

Bom, tudo encaminhando para uma boa hora, minha hemoglobina glicada permanece dentro do desejável e já reorganizei minha alimentação para melhorar meu triglicérides, mais aveia e frutas e menos gorduras em geral, agora vai! Logo mais eu volto para contar como foi com o oftalmologista!!

Abraços.

Deborah Patricio Romero

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Maternidade diabética – por Deborah Patricio

1º trimestre se foi…UFA!
Depois do 1º mês com a hemoglobina glicada a 8,6 (devendo estar menor que 7) eu e minha endócrinologista montamos um plano de controle glicêmico que deu super certo. Faço a contagem de carboidratos e aplico a insulina rápida conforme o que vou comer e dependendo do valor que minha glicemia está. No começo media a glicose umas 9 vezes por dia, agora meço de 4 a 5 vezes. Já no segundo mês ela estava a 6,8 e esse mês chegou a 6,6!!! Não foi fácil atingir esse resultado, foram várias noites acordando com hipoglicemia, e às vezes durante o dia também. A gente fica com muita neura, né? Normal. Mas a diabetes é uma doença super controlável, é só pegar o rítmo que tudo se encaixa. Fazer o que tem que ser feito, boa alimentação e exercícios. Evitar os estresses, por que isso também interfere na glicose, e manter hábitos saudáveis. Com o tempo essa contagem de carboidrato fica automática, quando se mantém uma rotina de alimentação é mais fácil, a gente acaba guardando na cabeça quanto devemos aplicar de insulina e quanto nossa glicemia irá aumentar dependendo do que ingerimos, é igual quando se faz dieta para emagrecer, a gente já sabe de cabeça quanto cada alimento tem de caloria. Meus exames nunca estiveram tão bons, em toda minha vida diabética minha hemoglobina glicada nunca esteve tão baixa, e olha que são 27 anos de diagnóstico! Valeu filhão!!!! hihi

Por causa da diabetes, fui recomendada pela ginecologista a tomar o acido fólico durante toda gestação, e assim estou fazendo. Meus ultrassons deram todos dentro da normalidade até o momento, bebê crescendo e engordando a cada dia, e espero que assim continue. Desde que descobri a gravidez até agora não tive muitos incômodos relacionados à gestação, se ocorreram 4 episódios de enjôo foi muito. Tive uma enxaqueca que me derrubou durante 4 dias, mas foi só! Não tive mal estar e nem falta de apetite (pelo contrário…rs). O que vem aumentando e muito são as acnes. Putz! Já não tenho mais espaço para tanta espinha…rs, e não há nada que possa ser feito. Minha médica liberou o uso de um sabonete e do ácido Azelan, mas é tão fraco que não resolve nadaaa… Até no antebraço está aparecendo espinhas. Mas tudo bem, isso é o de menos, né?! Vou passando uma base, um pó compacto e é isso mesmo…rs

Agora, no fim do 4º mês, é que minha barriga começou a incomodar para dormir, agachar, deitar de bruço… levanto umas 4 vezes por noite para mudar a posição, fazer xixi ou medir minha glicose, é bom que já me acostumo a acordar de madrugada!!!

Essa semana descobri o sexo. É um meninooo e se chama Lorenzo!!! Acho importante saber o sexo do bebê, pois assim ele passa a ter uma identidade, para eu e o papai dele podermos conversar chamando-o pelo nome, e assim fazemos. É o dia inteiro conversando com ele…rsrs.

O próximo ultrassom é o morfológico, considerado o mais importante na gravidez, e que serve para avaliar o desenvolvimento e a formação do bebê com bastante detalhe, incluindo os órgãos internos. O farei daqui a um mês e meio, voltarei aqui para contar pra vocês como está indo tudo.

Beijocas!!!

Deborah Patricio

Gravidez e Diabetes Tipo 1 – por Deborah Patricio

Oi gente!

Então, pra quem não me conhece eu sou a Deborah, cunhada da Ana Maria. Sou formada em Educação Física, professora de hidroginástica, natação e personal trainer. Sou diabética tipo 1 e insulinodependente desde os 3 anos. Há quatro semanas atrás tive a notícia mais mágica da minha vida, estou GRÁVIDA! Lembrando que a gravidez na diabética deve ser planejada, programada, os exames devem estar dentro da normalidade e a saúde em perfeito estado. E pra ser bem sincera, meus exames não estavam lá grandes coisas não!

Parei de tomar meu anticoncepcional, e esperava engravidar depois de uns quatro meses no mínimo, mas na vida as coisas não são tão programadas assim, um mês depois da interrupção do remédio lá estava eu, gravidíssima! Não tive tempo de me preparar e preparar minha glicose (a verdade mesmo é que eu deveria estar com ela perfeita desde sempre, mas…). Depois da grande emoção da notícia veio o medo, a preocupação, a culpa de não estar com a glicose perfeita. Fui correndo marcar minha ginecologista e logo na primeira consulta ela já me disse: “na sua gravidez eu serei uma mera coadjuvante, sua endocrinologista é a sua médica principal”. E eu cheia de dúvidas sobre o que posso comer, tomar, se posso agachar, continuar a fazer meus exercícios físicos, o medo do Zika e tudo mais, e ela reforçou: “Preocupe-se com sua glicose, é isso que será decisivo para que sua gestação seja  perfeita ou não”. Confesso a vocês que saí mais preocupada ainda do que entrei… rs. Saí do consultório já ligando pra marcar minha endócrino. E adivinham? Consulta só em março. (Dureza!).  Com o pedido em mãos, fiz meu primeiro ultrassom, perfeito!!! Coraçãozinho batendo e tudo dentro  da  normalidade!!! Agora é esperar minha consulta com minha médica principal…rs. Estou tão ansiosa e preocupada que meço minha glicose de 2 em 2 horas, ao final da gestação nem terei mais digital, rs… Mas tudo pelo meu bebê! Furo até a testa se precisar… rs. O medo da glicose ficar alta é imenso, aí acabo aplicando insulina a mais, mas a questão é que a glicose baixa também é perigoso para o bebê, e assim fico nesse ciclo: me alimento, aplico insulina para não aumentar a glicose, a insulina faz a glicose abaixar, aí preciso me alimentar novamente, e por aí vai… Manter a glicose dentro do padrão não é fácil não, mas eu tento!!! E com isso também vou ganhando uns quilinhos extras… Aff!

Meu marido está tendo um papel fundamental nesse processo.  Ele segue comigo minhas dietas, me incentiva a exercitar quando bate aquele desânimo (O exercício para a gestante diabética não é só bom, é essencial e indispensável!) e me acalma quando a angustia me toma e o choro escapa.

Mas é isso aí, a hora de Deus é que é a hora certa! Agora é doar 100% de mim para gerar meu bebê com muita saúde e fé de que tudo dará certo! Acho que só vou ter noção dos riscos reais quando consultar com minha endocrinologista. Em março eu volto para contar a vocês como foi.

Abraços!

Deborah Patricio.

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