Gestação diabética – O Antes, durante e depois do parto!

Bom pessoal, meu denguinho chegou e já completou 1 mês!!! Veio com 37 semanas e por cesariana, como programado! A semana que antecedeu o parto foi tensa. Tive muita dor no quadril. Estava dormindo aproximadamente 3 horas por noite. Uma dor que não melhorava de jeeeeito nenhum. Deitada de qualquer lado doía. De barriga pra cima nem pensar porque faz mal pro bebê, de bruços sem chances. E adivinhem o jeito que me aliviava? Era ficando de pé. Então eu e meu marido levantávamos nas madrugadas pra caminhar pela casa…rs Às vezes eu tomava um banho, fazia alguns exercícios leves e conseguia alívio para mais 1:30h de sono.

O Lorenzo já estava bem grandinho, com 3,200 kg, e cada mexida dele era uma dor gigantesca. A diabetes estava controlada, hemoglobina glicada a 6,2. Ele nasceu num sábado, e um dia antes fiz um exame de ecocardiograma fetal para ver como andava seu coraçãozinho, e graças a Deus tudo certo! Sábado chegou! Fomos para maternidade. Já dentro da sala de cirurgia fui medicada com a peridural e não com a raqui, como eu achava que seria. Não olhei pra agulha, como recomendado…rs Mas juro, não dói. É uma sensação estranha, mais um incômodo que dor. Anestesia dada fomos para a luta para tirá-lo.  Já chegou ao mundo chorando, pesando 3,450kg! Muito cabeludo (e detalhe que eu não tive asia nem uma vez). Assim que ele saiu, foi colocado pertinho de mim e eu digo a vocês, não há cheirinho melhor!!! Ele tomou um “banho de gato” e foi levado para sala onde eu esperava passar a anestesia. Chegando lá já veio a diabetes não me deixando esquecê-la. Lorenzo estava com a glicose baixa (por estar em um meio em que a glicose era em média 130, o pâncreas dele produzia insulina para abaixar sua glicose. Ao sair do útero, já não recebia toda a fonte de glicose que eu mandava, mas seu pâncreas ainda produzia insulina como se estivesse recebendo, por isso sua glicose abaixou). A enfermeira chegou com ele e disse que eu deveria amamentá-lo para aumentar sua glicose,  caso contrário ele ficaria no berçário recebendo leite industrializado até a glicose aumentar. Foram minutos de luta, (porque eu garanto que amamentar pode não ser tão fácil quanto parece, assunto para um próximo post), mas acabou que consegui dar o que ele precisava, sua glicose aumentou e ele foi comigo para o quarto! Durante as 24 horas seguintes o Lorenzo foi observado de perto e sua glicose medida a cada duas horas para evitar qualquer hipoglicemia. Dois dias se passaram e eu tive alta, mas o Lorenzo não. Estava com icterícia.  A bilirrubina estava 16 e o valor de referência é abaixo de 12. “A icterícia refere-se à cor amarela da pele e do branco dos olhos que é causada pelo excesso de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é um pigmento normal, amarelo, gerado pelo metabolismo das células vermelhas do sangue. A criança fica ictérica quando a formação de bilirrubina é maior do que a capacidade do seu fígado de metabolizá-la.” (abcdasaude.com.br). Foi indicado para ele a fototerapia por dois dias, que consiste ficar em um aparelho com uma luz especial, essa iluminação desencadeia uma alteração na estrutura da bilirrubina, ajudando a diluir o pigmento que assim é mais facilmente eliminado pelo intestino, o sol pode fazer o mesmo papel, mas a luz artificial pode ser manipulada, resultando em uma melhora mais rápida. Realizada a fototerapia, saímos felizes da vida e 4 dias depois o levamos em sua primeira consulta com a pediatra. E a primeira coisa que ela disse quando tirou a roupinhas dele foi que ele ainda estava bem amarelinho. Ela nos deu um pedido de exame de sangue para fazer com urgência. Já eram 17h, então fomos ao Hermes Pardini 24 horas. Fizemos o exame e fomos pra casa. Às 21h do mesmo dia recebi uma ligação do próprio médico do Laboratório falando pra eu ir para um hospital infantil o mais rápido possível por que o exame do Lorenzo estava muito alto. Desta vez a bilirrubina chegou a 21. Vocês imaginam o desespero meu e do Léo. Liguei para minha obstetra (por que não tinha o telefone da pediatra) e ela me falou para ir  para o Vila da Serra, pois foi o hospital em que ele nasceu e lá eles já tinham o seu prontuário. E assim fizemos. Do jeito que estávamos, saímos!

Bom, ficamos mais 3 dias no hospital para realizar a fototerapia novamente. Foram 3 dias muito difíceis. Não sei das outras maternidades, mas o Lorenzo pôde ficar comigo e com o Léo  em um apartamento e não no berçário.  Finalmente saímos de lá com a bilirrubina a 12! Ufa!!! Agora sim! Nosso baby está cada dia melhor, engordando, crescendo e se desenvolvendo! Amamentar foi minha opção e graças a Deus tenho leite suficiente para nutri-lo. Foi uma gestação bacana, com suas peculiaridades e contratempos, mas que no fim ocorreu tudo bem. Me doei integralmente, mudei minha alimentação e meus hábitos, a diabetes exige isso. Essas mudanças com certeza influenciaram no sucesso que foi essa gestação. A gestação diabética não é fácil, mas está longe de ser impossível. E maternidade é isso, cada dia um novo obstaculo, um aprendizado diferente. Eu e o Léo estamos aprendendo a todo momento, todo dia tem um sufoco diferente, mas faz parte! Determinação e vontade são indispensáveis para obtenção de bons resultados. E assim vamos caminhando. E essa é a dica que eu dou a todas as mamães, diabéticas ou não, não desanimem! Independente do tamanho do problema, ele vai passar, e logo será apenas uma lembrança de uma dificuldade vencida. E outros problemas virão, mas com tranquilidade e equilíbrio tudo vai se encaixando.

Obrigada a todos que torceram por nós. Felicidades a todas que tiveram ou ainda terão o prazer de gerar uma vida! Deus no comando, sempre!

Deborah Patricio Romero

Maternidade diabética, segundo trimestre – por Deborah Patricio

E o 2° trimestre passou! Engraçado, todo mundo diz que é a fase mais tranquila, que é a lua de mel da gestante, mas pra mim não foi, não. Pode ser pelo fato de eu não ter sentido nada no 1° trimestre… Só sei que o 2° me assustou um pouco.

Tive alguns episódios de taquicardia, falta de ar, dormência do lado esquerdo do quadril, dores nas costas, aumento do triglicérides e minha visão um pouco afetada. Fiz o eletrocardiograma e deu normal, o incômodo cardíaco durou só cinco dias. A dormência ainda permanece, toda vez que fico deitada em cima do lado esquerdo, aí vocês já viram, né?! A hora de dormir é um vira vira danado. As dores nas costas não têm como fugir, e elas só veem piorando… =/ O que ajuda um pouco são as massagens que meu marido faz diariamente. A falta de ar também não passou. É só me deitar de barriga pra cima ou me  esforçar um pouco além do que o de costume que pronto, fico parecendo uma sedentária. Por isso a importância do exercício físico desde o começo da gestação, pra já irmos condicionando nosso corpo para essa fase. Minha endocrinologista pediu que eu fizesse uma visitinha ao oftalmologista, porque apesar de ser comum a gravidez prejudicar um pouco a visão, não podemos esquecer que sou diabética e isso pode piorar o meu quadro. Marquei a consulta com um especialista em retinoplatia diabética e depois volto aqui pra contar!  Volto a enfatizar a importância de estarmos com uma saúde plena para planejarmos uma gravidez, pois a gestação altera demais nosso metabolismo e suas funções em geral. As diabéticas então… já sabem, é tudo mais complicado! Mas sem desanimar, não tem nada impossível!

Problemas cardíacos nos bebês de mães diabéticas são mais comuns, então tive que fazer dois ultrassons para verificar como anda o sistema cardíaco do Lorenzo. Os exames foram: Ecodopplercardiografia fetal e o ultrassom obstétrico com perfil biofísico fetal e doppler colorido. Os dois tiveram ótimos resultados, o coração do meu baby está ótimo! O que me assustou um pouco foi o tamanho que o Lorenzo está, e como o bebê diabético tem tendência a ganhar muito peso, inchar demais, qualquer coisa que o médico que realiza o ultrassom fale, a gente já desespera… risos… Bastou o médico dizer que eu estava com um menino grandão na barriga para eu achar que tinha algo errado. Mas minha obstetra disse que está tudo bem, ele está dentro do padrão normal de crescimento. UFA!

Bom, tudo encaminhando para uma boa hora, minha hemoglobina glicada permanece dentro do desejável e já reorganizei minha alimentação para melhorar meu triglicérides, mais aveia e frutas e menos gorduras em geral, agora vai! Logo mais eu volto para contar como foi com o oftalmologista!!

Abraços.

Deborah Patricio Romero

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Maternidade diabética – por Deborah Patricio

1º trimestre se foi…UFA!
Depois do 1º mês com a hemoglobina glicada a 8,6 (devendo estar menor que 7) eu e minha endócrinologista montamos um plano de controle glicêmico que deu super certo. Faço a contagem de carboidratos e aplico a insulina rápida conforme o que vou comer e dependendo do valor que minha glicemia está. No começo media a glicose umas 9 vezes por dia, agora meço de 4 a 5 vezes. Já no segundo mês ela estava a 6,8 e esse mês chegou a 6,6!!! Não foi fácil atingir esse resultado, foram várias noites acordando com hipoglicemia, e às vezes durante o dia também. A gente fica com muita neura, né? Normal. Mas a diabetes é uma doença super controlável, é só pegar o rítmo que tudo se encaixa. Fazer o que tem que ser feito, boa alimentação e exercícios. Evitar os estresses, por que isso também interfere na glicose, e manter hábitos saudáveis. Com o tempo essa contagem de carboidrato fica automática, quando se mantém uma rotina de alimentação é mais fácil, a gente acaba guardando na cabeça quanto devemos aplicar de insulina e quanto nossa glicemia irá aumentar dependendo do que ingerimos, é igual quando se faz dieta para emagrecer, a gente já sabe de cabeça quanto cada alimento tem de caloria. Meus exames nunca estiveram tão bons, em toda minha vida diabética minha hemoglobina glicada nunca esteve tão baixa, e olha que são 27 anos de diagnóstico! Valeu filhão!!!! hihi

Por causa da diabetes, fui recomendada pela ginecologista a tomar o acido fólico durante toda gestação, e assim estou fazendo. Meus ultrassons deram todos dentro da normalidade até o momento, bebê crescendo e engordando a cada dia, e espero que assim continue. Desde que descobri a gravidez até agora não tive muitos incômodos relacionados à gestação, se ocorreram 4 episódios de enjôo foi muito. Tive uma enxaqueca que me derrubou durante 4 dias, mas foi só! Não tive mal estar e nem falta de apetite (pelo contrário…rs). O que vem aumentando e muito são as acnes. Putz! Já não tenho mais espaço para tanta espinha…rs, e não há nada que possa ser feito. Minha médica liberou o uso de um sabonete e do ácido Azelan, mas é tão fraco que não resolve nadaaa… Até no antebraço está aparecendo espinhas. Mas tudo bem, isso é o de menos, né?! Vou passando uma base, um pó compacto e é isso mesmo…rs

Agora, no fim do 4º mês, é que minha barriga começou a incomodar para dormir, agachar, deitar de bruço… levanto umas 4 vezes por noite para mudar a posição, fazer xixi ou medir minha glicose, é bom que já me acostumo a acordar de madrugada!!!

Essa semana descobri o sexo. É um meninooo e se chama Lorenzo!!! Acho importante saber o sexo do bebê, pois assim ele passa a ter uma identidade, para eu e o papai dele podermos conversar chamando-o pelo nome, e assim fazemos. É o dia inteiro conversando com ele…rsrs.

O próximo ultrassom é o morfológico, considerado o mais importante na gravidez, e que serve para avaliar o desenvolvimento e a formação do bebê com bastante detalhe, incluindo os órgãos internos. O farei daqui a um mês e meio, voltarei aqui para contar pra vocês como está indo tudo.

Beijocas!!!

Deborah Patricio