Aquisição dos sons da fala das crianças – um assunto fonoaudiológico

Bom dia!

Quando falo que sou fonoaudióloga as primeiras perguntas que me fazem principalmente quando a pessoa tem filho é: “Meu filho ainda não fala tal letra é normal?” ou “”Meu filho tem tantos anos e troca algumas letras quando está falando, devo procurar ajuda?”. Para auxiliar nessas dúvidas escrevo este post.

Quando exatamente uma criança deve começar a falar é muito subjetivo, pois cada criança possui um tempo particular para começar a emitir os primeiros sons, as primeiras sílabas, as primeiras palavras e consequentemente as primeiras frases. Em torno dos 18 meses a maioria das crianças já está emitindo suas primeiras palavrinhas. Muitas delas são: mamãe, papai, o nome do cachorrinho, da avó, da tia, do irmão e por aí vai. Já escrevi um post sobre aquisição da linguagem aqui no blog e para quem não lembra o link está aqui: O desenvolvimento da linguagem da criança, o que esperar?! Porém senti necessidade de escrever sobre quando podemos esperar o aparecimento de cada fonema ou som na fala dos nossos pequenos. Mas antes vou fazer uma observação sobre o que é fonema e o que e letra. Fonema corresponde ao som que uma letra possui e a letra é a representação gráfica desse som. Vamos exemplificar: o fonema /s/ por exemplo está presente nas letras s, ç, ss, sc, sç e em algumas vezes até no z. Deu para entender?! Espero que possa ajudar algumas mamães e papais perdidos nesse assunto. Vamos lá?!

12 aos 18 meses: As crianças já sabem usar os sons do p, b, t, d, c, g, n e m. Uma observação que farei para os papais de crianças fissuradas (ainda não operadas) é que seus pequenos podem apresentar alguma alteração na emissão desses sons, por causa da pressão intraoral que eles ainda não possuem para produzi-los devido o palato (céu da boca) ainda estar aberto.

+ 18 meses: surgem os sons v, f e o nh.

+- 24 meses: aparecem os outros fonemas que chamamos de fricativos os sons do s, z, ch, x e o j. No finalzinho dos 2 anos começa a aparecer o som do l.

Após os 3 anos: as crianças já falam a maioria dos sons, ficando para ser adquirido os sons rr, lh e por último o som do r no meio de palavras, como por exemplo: barata.

Com 5 anos de idade a criança deverá ser capaz de produzir todos os sons da nossa língua. Lembrando que nesse nosso imenso Brasil temos uma enorme variedade de fonemas em uma mesma letra e jeitos de produzir e usar esses sons em uma mesma letra diferente. Por exemplo, o rr que usamos aqui em Minas Gerais é diferente do que usam no sul do país e do que usam no nordeste do país. E assim existem outras diferenças.

Se você tem alguma dúvida em relação à linguagem do seu pequeno, procure um fonoaudiólogo, pois uma alteração de fala pode ser melhorada ainda na aquisição dos sons. É importante saber que uma fala inadequada acarreta alterações futuras na linguagem escrita e no processo de aprendizagem, justamente por essa variedade de sons que existem e se a criança apresenta algum desvio na forma de emitir os sons pode atrapalhar no processo de transcrever o som para a sua forma gráfica, ou seja, a letra. Por isso, não deixe para depois! Se tiver dúvidas é melhor saná-las o quanto antes. Ah! Outra dica é: seja sempre o exemplo de fala do seu pequeno. Fale corretamente para que ele aprenda com você. Quer aprender como estimular a fala do seu filho?! Lei aqui outra dica: Estimulação de linguagem.

Com amor,

Ana Maria Poças

CRFa 6-7185

Da série mamãe fonoaudióloga: Estimulação da linguagem

Ainda na barriga já conversamos com nossos bebês, damos carinho, colocamos a barriga para escutar músicas… é ou não é assim!? Quando nasce, começamos a conversar, cantar para dormir ou até mesmo conversar como se fossemos um bebê também (mas, isso só vale se for falando as palavras corretamente… Viu!?).

Os bebês por sua vez, respondem aos nossos estímulos através de um sorriso ou de um choro e estes sempre têm diferenças na entonação. Um choro para avisar a fome, um para avisar que está molhado, outro para mostrar que está estimulado demais e outro para avisar que o sono já vem. E assim os dias vão passando e logo logo estamos em sintonia e nos comunicando perfeitamente. Estou certa?! Antes mesmo dos nossos bebês nascerem já estamos nos comunicando com eles.

A linguagem é adquirida com o nosso dia a dia. E para nos comunicarmos não precisamos somente da boca e seus músculos, envolvemos também outros músculos do nosso corpo e principalmente o cérebro. Os diversos estímulos (táteis, visuais, auditivos ou olfativos) que sujeitamos nossas crianças, atuam de forma decisiva no desenvolvimento da linguagem. Ou seja, a forma como conversamos com elas, o cheiro ou a textura de uma flor ou o sabor de uma fruta, fazem parte da aquisição da linguagem das crianças. Em outras palavras, a comunicação não esta limitada somente a fala, ela envolve todo o meio em que a criança esta inserida.

E como podemos ajudar nesse processo de aquisição de linguagem!? Simples, conversando muito, mais muito mesmo com seu filho. Desde bem pequeno, converse frente a frente com a criança; fale mesmo que você ache que ela ainda não entenda e pareça que você está em um monólogo (risos), conte o que está fazendo e o que está acontecendo em sua volta; narre o que vocês estão fazendo como: “é hora de trocar a fralda”, “vou levantar as suas pernas para colocar uma fralda limpa”, “e agora, está se sentindo melhor?!”,  ou “tá na hora do banho”, “agora vou lavar os seus braços”; chame-a pelo nome, dê nome aos objetos que estão por perto de vocês; incentive-a a imitar os sons dos animais, dos meios de transporte, da porta ao fechar, da panela de pressão, do telefone, etc; ensine a mandar beijos, dar tchau, fazer sinal de jóia, balançar a cabeça fazendo que sim ou que não; dê espaço para a criança demonstrar seus sentimentos; repita as palavras que ela falar errado do jeito certo de falar, mas faça isso de forma suave, não demonstrando que está errado o jeito dela pronunciar; brinque mais brinque muito com seu filho, a criança aprende brincando e seguindo exemplos, por isso seja o exemplo dela.

Com amor,

Ana  Maria Poças

CRFa 6-7185
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Fonoaudiologia?!

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Bom dia, pessoal!!!

Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que é a Fonoaudiologia e o que fonoaudiólogo faz. Este post será um resumo da minha profissão. Quando decidi ser fonoaudióloga não tinha uma razão clara mas hoje sei o motivo desta escolha… o meu Raulzito!!! =)

A Fonoaudiologia é uma ciência antiga. Surgiu na Hungria no ano de 1900 e aqui no Brasil foi fundada com o nome de Fonoaudiologia em 9 de dezembro de 1981. Ela estuda as áreas da comunicação humana (voz, fala, linguagem, audição e aprendizagem). Quem é formado em fonoaudiologia recebe o nome de fonoaudiólogo. O fonoaudiólogo é o profissional que além de estudar, é capaz de tratar, prevenir e avaliar as alterações encontradas nessas áreas da comunicação humana.

Existem cinco especialidades dentro da Fonoaudiologia que são:

Audiologia: que envolve assuntos relacionados a audição;

Linguagem: que envolve assuntos relacionados a comunicação oral e escrita;

Motricidade: que envolve assuntos relacionados as funções: respiração, sucção, mastigação, deglutição, expressão facial e fala;

Saúde Coletiva: que evolve assuntos voltados a elaboração de estratégias de planejamento, gestão, promoção, prevenção, educação e intervenção na área da saúde;

Voz: que aborda o aperfeiçoamento vocal e distúrbios relacionados a voz.

O fonoaudiólogo pode trabalhar em diversos lugares como: unidades básicas de saúde, hospitais e maternidades, consultórios, clínicas, asilos, casas de saúde, creches, berçários, escolas (regulares e especiais), instituições de ensino superior, empresas, veículos de comunicação (rádio, televisão e teatro) e etc.

Agora a pouco  tive a ideia de esclarecer o que é a Fonoaudiologia e contar a vocês a minha história como fonoaudióloga. Me formei em 2008, aqui mesmo em Belo Horizonte. Escolhi o curso sem saber o porque. No decorrer da minha graduação, percebi que não me identificava tanto com o curso, mas algo me dizia que tinha que terminar. (risos) Me formei e atuei como fonoaudióloga até uns três meses antes do meu pequeno nascer. Hoje não atuo fora de casa…(risos) Sou mãe e fonoaudióloga em tempo integral do meu filhote. Após seis anos de formada sei que não poderia ter escolhido uma profissão melhor. Sou tão grata a Deus por ser mãe, por toda nossa trajetória e pelo fato do Raul ser tão saudável e nos surpreender a cada dia que  prometi pra mim mesma que ajudaria ao máximo outras mamães que passaram pelo que passei. E é isso, aqui estou com o Blog repassando tudo para vocês sobre a nossa história, minha e do Raul.

Com amor,

Ana Maria.

CRFa 6-7185