A preparação do Raul para a chegada da irmã

Bom dia!

Quem ainda não sabe e não está por dentro do assunto… Rodrigo, Raulzito e eu vamos adotar uma menina. Desde que começamos com o processo, aliás antes mesmo de começarmos, já vínhamos conversando com Raul a respeito de irmãos. Nunca o escondemos nada e sempre falamos muito diretamente com ele, como se estivéssemos conversando entre adultos, explicando e o envolvendo com o assunto.

Para que ele possa entender o que realmente é uma adoção, inserimos esse tema de forma lúdica mostrando em forma de filmes, contando histórias e criando situações para que ele possa entender o que realmente significa. Em breve postarei uma lista de filmes e livros que estamos utilizando aqui com o Raulzito e que pode servir para a inserção do tema para os pequenos. Acredito ser de suma importância não só para pais adotantes, mas para qualquer criança, para que ela entenda que isso existe e que faz parte do processo de construção da família. Acredito também que a inserção dos pequenos no tema adoção na infância possa melhorar o preconceito que ainda assombra a população. Eu também utilizei um facilitador que foi a adoção de animais e acho que esse exemplo foi bem bacana e palpável para que ele compreendesse o assunto. Pelo que conversamos com o Raul e vemos nas ações e na fala dele, ele entendeu  o que é e até participa das conversas, dando sua opinião… risos. Ele é uma criança que dá pitaco em tudo! Às vezes quando estamos, Rodrigo e eu, conversando ele vem lá de dentro do quarto falando alguma coisa sobre o que estamos conversando. Deu palpite até na idade da irmã usando a seguinte frase “Mamãe bebê não! Quero ela para brincar comigo!” Como já estamos acostumados com ele e seus palpites… risos… olhamos para ele e falamos, “Tudo bem filho, também preferimos que ela venha maior”. A cada passo do processo nós sentamos e conversamos. No dia da visita da assistente social aqui em casa, quando a campainha tocou ele me perguntou “Mãe é a moça que vai trazer minha irmã?” Além desse cuidado de o inserirmos em tudo, procuramos sempre estar estimulando ele a imaginar situações quando a irmã estiver entre a gente, como quando estamos passeando de carro falamos “Raul onde a sua irmã vai sentar quando tiver passeando com a gente de carro?” ou quando falamos em assistir algum desenho animado ele escolhe o que ele quer e eu logo em seguida pergunto qual desenho ele acha que a irmã vai gostar de assistir etc. Conversamos também com a família e amigos para sempre que puderem colocar o assunto adoção e irmã nas conversas com o Raul, assim acredito estar sendo uma contribuição de grande valia para a preparação dele. Este fim de semana passado, ele nos surpreendeu quando estava brincando com uma moto elétrica que ele tem. Ele estava dando voltas aqui pela sala de casa quando parou a moto perto de mim e falou “Mamãe quando a minha irmãzinha chegar eu vou andar de moto junto com ela. Ela vai sentar aqui na ´minha trás` e eu vou dar muitas voltas com ela.”

Penso estarmos fazendo um bom trabalho. Muitas pessoas me questionam se eu não tenho receio dele ter ciúmes quando ela chegar. Claro que tenho! Mas pelo que vejo isso é comum. Assim como acontece com irmãos biológicos. A minha maior preocupação era ele não entender o que era adoção e esse assunto já está bem resolvido por aqui. Agora é esperar e ver a reação dos dois quando se verem e essa é a nossa maior ansiedade. Vai ser um dia muito almejado por nós três. Estamos confiante que tomamos a decisão certa e que a nossa família só tem a ganhar com a chegada dessa nova integrante que esta sendo muito esperada e que receberá todo o nosso amor!

Com muito amor,

Ana Maria.

Artes Marciais para crianças

Bom dia!

Desde que Raul completou 2 anos e 3 meses percebemos que ele já estava com uma necessidade de interação maior com outras crianças além de desenvolver algumas virtudes como a disciplina e o respeito. Como ainda achava cedo demais para colocá-lo em uma escola e ainda não tinha decidido nem qual método ele iniciaria sua vida escolar, optamos por uma atividade que ele tivesse que ir pelo menos duas vezes por semana, que tivesse convivência com outras crianças e que abordasse algumas dessas virtudes que buscamos para ele.  Também tivemos o cuidado de observar o que ele mais gostava e tinha interesse, porque a atividade para a criança tem que ser prazerosa. Ele ama luta, desenhos com Samurais e super-heróis, logo, pensamos em alguma arte marcial.

Fui em busca de escolas que aceitassem crianças pequenas com menos de 2 anos e meio e não foi uma tarefa fácil, a maioria das escolas aceitam crianças maiores de 4 anos. Consegui uma escola no bairro Ouro Preto em BH que se chama Full House. Foi lá que matriculamos Raulzito desde fevereiro desse ano e não pretendemos tirá-lo, a não ser por vontade dele. O professor tem um carinho tremendo com as crianças e uma percepção fantástica do que cada um dos seus alunos precisa. As aulas são super lúdicas e as crianças são super estimuladas. As aulas acontecem duas vezes por semana com duração de 40 a 50 minutos, dependendo do rendimento da turminha. Os benefícios que nós, pais do Raul buscamos com as artes marciais são: melhoria e desenvolvimento da coordenação motora, raciocínio, interação, respeito ao próximo, disciplina e autocontrole. Eu percebo que as aulas são muito mais que isso, ao meu olhar de terapeuta vejo o professor trabalhando também outras habilidades como lateralidade, coordenação motora grossa e fina, equilíbrio, cores, linguagem, audição, raciocínio, lógica, perseverança, concentração…  Se você sentar para assistir as aulas sai com uma folha de habilidades que foram trabalhadas.

As aulas do Raul ainda não são definidas em modalidades como Karatê, Taekwondo, Judô… A modalidade dele chama Introdução as Artes Marciais. O professor, mais pra frente, vai indicar com a ajuda do aluno em qual modalidade ele se encaixará melhor, ou seja, juntos decidirão se vai praticar  Judô, Taekwondo, Karatê etc. A torcida do pai é para que ele goste do karatê, já a minha é que viva nesse universo dos Samurais. Sou fã mesmo da filosofia e do estilo de vida que fazem parte desse universo. O meu desejo é que o Raul se torne um homem do bem, com respeito ao próximo, com autocontrole e disciplinado.

Com amor,

Ana Maria.

 

Processo de adoção – Entrevista com a Assistente Social

Bom dia!

Passamos por mais um passo do nosso processo da adoção da irmã do Raul. Sim, será uma menina! Nós já escolhemos o nosso perfil e estamos aguardando a nossa princesa. Raul já está esperando por ela. Estamos inserindo sempre o assunto da chegada de uma irmã aqui em casa, em todos os aspectos. Logo escrevo um post só contando como está sendo esse processo de preparação do Raul para a chegada da irmã. (Já adianto que irei buscar ajuda da nossa psicóloga Marcelle Camargo para que escreva algo sobre o assunto por aqui também… Viu, Má?! HELP! risos)

Decidimos por menina por querermos um casal de filhos. Quero ter a experiência de criar e educar um menino e uma menina. Durante a gestação do Raul eu pedia muito a Deus que me enviasse um menino, porque meu sonho era ser mãe de um. Minha família por parte de mãe só tem meninas. Precisava de um mundo um pouco mais azul. risos… E veio meu pequeno príncipe. E agora como temos o “poder” da escolha, optamos por uma menina. Penso que deve ser muito bom ter as duas experiências e por isso a escolha. A faixa etária está entre 0 e 3 anos, mas na última visita optamos por mudá-la.

Sobre a entrevista que foi agendada em uma sexta-feira as 13:30, na Vara da Infância daqui de BH, só tenho para falar que é muito tranquila quando se tem a certeza do que você está fazendo. Essa etapa é um divisor de águas no processo, pois quem ainda tem alguma dúvida acaba desistindo de tantos “e se?” que aparacem em todos os passos. Pois bem, a assistente social foi muito fofa! Quando se trata de um casal que pretende adotar a entrevista acontece da seguinte forma, a assistente social conversa com cada um separadamente e depois com os dois juntos, focando mais no perfil da criança. Questões como por exemplo: como foi sua infância, como foi sua adolescência, como conheceu seu marido, sua renda, seu horário de trabalho e sobre o seu trabalho são abordadas. Além das questões explicativas sobre o processo em si e as que te fazem refletir sobre o seu perfil de adoção. Achamos bem legal, apesar de um pouco cansativo, ficamos 2 horas divididas entre essas três etapas que já mencionei. Mas penso ser de grande valia tanto para a vara da infância que pode conhecer melhor os pretendentes quanto para nós, pois algumas questões levantadas pela assistente social nos faz refletir e até mesmo repensar alguns aspectos. Uma questão que foi bem questionada nessa entrevista foi o desejo de adotar, já que somos um casal jovem e que pode ter filhos biológicos. Segundo a assistente social, somos um casal atípico. risos… Essa indagação não vem só dela, muitas pessoas já nos perguntaram e tenho certeza de que irão perguntar muito ainda. Mas… o que está no coração não cabe explicação. Bem, no final da entrevista nos foi entregue um questionário para preenchermos e entregarmos na nossa próxima visita que será com a psicóloga de lá. Esse questionário é para a nossa inserção no Cadastro Nacional de Adoção.

A outra entrevista deverá acontecer no mês que vem, pois a psicóloga que está com o nosso processo está de férias. Ahhh só mais uma observação… antes de entender do processo eu pensava como a maioria das pessoas que estão por fora de como funciona mesmo uma adoção, que é um processo bem burocrático. Hoje já penso bem diferente. Sou mãe e penso nas crianças que estão lá nos abrigos e que já passaram por cada coisa que nós nem imaginamos… é óbvio que tem que ser bem criteriosa mesmo a investigação dos novos pais, pois nem mesmo com tantas entrevistas as crianças estão livres de pessoas maldosas. Quando você está no processo você escuta cada barbaridade que parece filme de terror. Elas merecem ser felizes e merecem pais de verdade, não é mesmo?!

Com amor,

Ana Maria.

Processo de adoção – A visita técnica

Bom dia!

Após o curso da adoção a ansiedade correu solta dentro do meu coração, afinal está cada vez mais perto do(a) nosso(a) segundinho(a) chegar. O prazo que nos deram para a visita acontecer foram de dois meses, mas com duas semanas e dois dias ela aconteceu.

Na segunda feira retrasada recebi uma ligação às 08:00 horas da manhã, da vara da infância, agendando a visita técnica para o dia seguinte. Nessa noite eu quase nem dormi direito só pensando no dia seguinte… Ah como mãe sofre, né!? risos… Chegado a terça-feira de manhã, o horário marcado era às 08:30h e o Rodrigo estava em casa até umas 08:40, mas não pôde esperar porque justamente nesse dia ele tinha uma reunião de trabalho. Ficamos então Raul e eu a espera da técnica que chegou logo que Rodrigo tinha saído de casa. Questão de minutos… Eu a recebi sozinha, porque o Sr. Raul estava no seu horário de assistir vídeos no tablet e nada de querer dar a graça de sua presença. Só apareceu na porta do quarto e logo voltou pra terminar de assistir seus desenhos animados. Voltando a visita… a conversa foi bem tranquila, a técnica nem andou pela nossa casa. Já foi entrando e falando: “Que legal, vocês fizeram um loft!”. Meu coração nessa hora aliviou. Pensei: “Ufa! Ela gostou da nossa casa!” Ela até fez cafuné nos meus dois filhos caninos e foi logo sentando a mesa e me perguntando sobre o nosso perfil, se tinha mudado alguma coisa e me pedindo para ligar para duas pessoas. Me deu liberdade para que eu ligasse para qualquer pessoa que eu quisesse para ela conversar sobre a nossa família e sobre como era o nosso relacionamento como casal. Após o telefonema, me perguntou onde colocaríamos a outra criança para dormir, sobre minha profissão e pronto. Nos despedimos e ela me disse que iria terminar o nosso relatório e nos encaminhar para o próximo passo.

A ansiedade acabou assim que a moça passou por aqui. Ela transmitia muita paz e serenidade. Me deixou bem mais tranquila e confiante no nosso processo. Até o nosso próximo passo, pessoal.

Com amor,

Ana Maria.

Quando me descobri mãe

Bom, nesse dia das mães quero compartilhar com vocês a minha nova forma de pensar que amadureceu em mim a partir dessa nova etapa da minha vida que esta sendo o processo de adoção. Eu sempre achei e ainda acho o processo da gestação algo mágico, assim como o nascimento e os primeiros anos de vida de nossos pequenos. Entretanto estou aprendendo e crescendo muito com esse novo universo da maternidade. Isso porque estou redescobrindo na prática que ela é algo muito mais abrangente do que gerar um filho.

Assim como nosso Raul que a cada dia requer da gente (meu marido e eu) mais atenção, carinho, amor incondicional, paciência e muita dedicação, também o nosso novo filho que irá chegar por meio da adoção necessitará. Da mesma forma que tivemos que passar noites em claro ou despender inúmeros dias para fazê-lo largar a fralda, também teremos muitas adversidades com nosso próximo filho. Dessa forma, tenho pensado muito que a maternidade é construída, lapidada e renovada a cada nova etapa da vida de nossas crianças. Não se pode dar o crédito de mãe somente àquelas que geraram simplesmente pelo fato de que a maternidade é um recomeço constante, o que significa que independe de como foi o começo.  Da mesma forma que tenho que acolher o Raul quando algo simples como derramar o leite com cereais no chão acontece, posso ver minha MÃE precisando de conselhos e às vezes do “colo” da minha vó. Ou seja, ser MÃE é um “trabalho” vitalício… risos…  Na verdade não importa quando ou como essa jornada começou e sim como você irá conduzir e, no futuro colher os frutos… no caso os netos… risos…  Todas nós sabemos que a MÃE é quem dá amor, vê de perto a evolução do seu filho. É a que chora a cada vacina dada, a cada ida ao médico, que sofre a cada tombo que o filho leva, que levanta de madrugada somente para saber se o filho está bem. Ser MÃE é sentir o seu coração bater em outro serzinho, tão indefeso e tão genioso. Ser MÃE não é fácil! É um trabalho árduo. Ter que educar um ser que está querendo aprender tudo e viver tudo o que lhe proporcionam, não é nada fácil. Transmitir seus valores, suas crenças que você nem se quer sabia que tinha, mas que floresceu assim que se descobriu MÃE. É ensinar o “certo” e o “errado”, mesmo que seu coração corte por dentro. Ser mãe é dizer NÃO ou deixar sua melhor parte de castigo, quando necessite. É Quando você vê seu filho disputando um brinquedo, muitas vezes quebrado e ter que ensiná-lo que dividir é o melhor sempre. É ensinar que não se deve brincar com comida. É dizer que morder não pode. É amar como você nunca imaginou um dia que poderia amar alguém. É um amor incondicional. E esse amor aumenta a cada dia. Não estou simplesmente querendo bater na mesma tecla “mãe é quem cuida”, mas sim compartilhar com vocês o que sempre escutei, mas nunca tinha realmente sentido com o coração.

Ser mãe é minha melhor parte. O Raul é minha melhor parte. Sou muito grata a ele por me escolher para ser sua MÃE. Sou muito grata por ser a MÃE que me tornei e que me torno a cada dia. Longe de ser perfeita. Erro muito. Quase sempre. Mas tento ser melhor a cada manhã que levanto.

Filho, a mamãe te ama muito! Um dia, esses textos serão lidos por você e é por isso que escrevo. Para você! Sem você, eu não me descobriria mãe, não descobriria essa minha melhor parte.

Com amor,

Mamãe Ana Maria.

Livro – Mulheres visíveis, mães invisíveis

Olá, pessoal!

A dica de leitura do dia vai para o livro da Laura Gutman: Mulheres visíveis, mães invisíveis. Um livro cheio de textos sobre assuntos que assombram nossas cabeças desde que conhecemos o maravilhoso mundo da maternidade.

A autora argentina, Laura Gutman, é terapeuta e vai estar aqui em Belo Horizonte no próximo mês em um seminário de mães, o qual participei ano passado (Seminário de Mães), mas que infelizmente este ano não poderei estar presente. Laura publicou diversos livros sobre maternidade e é colaboradora de algumas revistas na Argentina e na Espanha. Pois bem, vamos ao livro. O livro é um ótimo e honesto referencial à maternidade real. Trata assuntos da maternidade bem polêmicos como a amamentação, puerpério, doenças, palmadas, separação de pais, culpa, medos, criação, papel dos pais na criação dos filhos etc… tudo com muita naturalidade, esclarecendo e orientando de uma forma bem suave cada assunto por ela abordado. Um livro de simples leitura, você o lê em uma sentada de tão suave e gostoso de ler. Ela aborda TUDO com muita simplicidade e amor! Ao terminar de ler esse livro eu garanto um momento de reflexão de sua maternidade, como está indo com esse papel tão importante que fazemos por nossos filhos.

O livro possui 6 capítulos divididos em assuntos como Maternagem, Vazio emocional, Criação, Ser mulher, Casal e Reflexões. Nesses capítulos a autora utiliza a psicologia para proporcionar às mães o verdadeiro significado da maternidade buscando a aproximação das mães com seus pequenos, sem traumas e sem culpa. Foi um verdadeiro achado esse livro, aliás uma indicação ótima de uma leitora aqui do blog logo que comecei a escrever sobre maternidade.

Boa leitura!

Com amor,

Ana Maria.

Maternidade diabética – por Deborah Patricio

1º trimestre se foi…UFA!
Depois do 1º mês com a hemoglobina glicada a 8,6 (devendo estar menor que 7) eu e minha endócrinologista montamos um plano de controle glicêmico que deu super certo. Faço a contagem de carboidratos e aplico a insulina rápida conforme o que vou comer e dependendo do valor que minha glicemia está. No começo media a glicose umas 9 vezes por dia, agora meço de 4 a 5 vezes. Já no segundo mês ela estava a 6,8 e esse mês chegou a 6,6!!! Não foi fácil atingir esse resultado, foram várias noites acordando com hipoglicemia, e às vezes durante o dia também. A gente fica com muita neura, né? Normal. Mas a diabetes é uma doença super controlável, é só pegar o rítmo que tudo se encaixa. Fazer o que tem que ser feito, boa alimentação e exercícios. Evitar os estresses, por que isso também interfere na glicose, e manter hábitos saudáveis. Com o tempo essa contagem de carboidrato fica automática, quando se mantém uma rotina de alimentação é mais fácil, a gente acaba guardando na cabeça quanto devemos aplicar de insulina e quanto nossa glicemia irá aumentar dependendo do que ingerimos, é igual quando se faz dieta para emagrecer, a gente já sabe de cabeça quanto cada alimento tem de caloria. Meus exames nunca estiveram tão bons, em toda minha vida diabética minha hemoglobina glicada nunca esteve tão baixa, e olha que são 27 anos de diagnóstico! Valeu filhão!!!! hihi

Por causa da diabetes, fui recomendada pela ginecologista a tomar o acido fólico durante toda gestação, e assim estou fazendo. Meus ultrassons deram todos dentro da normalidade até o momento, bebê crescendo e engordando a cada dia, e espero que assim continue. Desde que descobri a gravidez até agora não tive muitos incômodos relacionados à gestação, se ocorreram 4 episódios de enjôo foi muito. Tive uma enxaqueca que me derrubou durante 4 dias, mas foi só! Não tive mal estar e nem falta de apetite (pelo contrário…rs). O que vem aumentando e muito são as acnes. Putz! Já não tenho mais espaço para tanta espinha…rs, e não há nada que possa ser feito. Minha médica liberou o uso de um sabonete e do ácido Azelan, mas é tão fraco que não resolve nadaaa… Até no antebraço está aparecendo espinhas. Mas tudo bem, isso é o de menos, né?! Vou passando uma base, um pó compacto e é isso mesmo…rs

Agora, no fim do 4º mês, é que minha barriga começou a incomodar para dormir, agachar, deitar de bruço… levanto umas 4 vezes por noite para mudar a posição, fazer xixi ou medir minha glicose, é bom que já me acostumo a acordar de madrugada!!!

Essa semana descobri o sexo. É um meninooo e se chama Lorenzo!!! Acho importante saber o sexo do bebê, pois assim ele passa a ter uma identidade, para eu e o papai dele podermos conversar chamando-o pelo nome, e assim fazemos. É o dia inteiro conversando com ele…rsrs.

O próximo ultrassom é o morfológico, considerado o mais importante na gravidez, e que serve para avaliar o desenvolvimento e a formação do bebê com bastante detalhe, incluindo os órgãos internos. O farei daqui a um mês e meio, voltarei aqui para contar pra vocês como está indo tudo.

Beijocas!!!

Deborah Patricio

Gravidez e Diabetes Tipo 1 – por Deborah Patricio

Oi gente!

Então, pra quem não me conhece eu sou a Deborah, cunhada da Ana Maria. Sou formada em Educação Física, professora de hidroginástica, natação e personal trainer. Sou diabética tipo 1 e insulinodependente desde os 3 anos. Há quatro semanas atrás tive a notícia mais mágica da minha vida, estou GRÁVIDA! Lembrando que a gravidez na diabética deve ser planejada, programada, os exames devem estar dentro da normalidade e a saúde em perfeito estado. E pra ser bem sincera, meus exames não estavam lá grandes coisas não!

Parei de tomar meu anticoncepcional, e esperava engravidar depois de uns quatro meses no mínimo, mas na vida as coisas não são tão programadas assim, um mês depois da interrupção do remédio lá estava eu, gravidíssima! Não tive tempo de me preparar e preparar minha glicose (a verdade mesmo é que eu deveria estar com ela perfeita desde sempre, mas…). Depois da grande emoção da notícia veio o medo, a preocupação, a culpa de não estar com a glicose perfeita. Fui correndo marcar minha ginecologista e logo na primeira consulta ela já me disse: “na sua gravidez eu serei uma mera coadjuvante, sua endocrinologista é a sua médica principal”. E eu cheia de dúvidas sobre o que posso comer, tomar, se posso agachar, continuar a fazer meus exercícios físicos, o medo do Zika e tudo mais, e ela reforçou: “Preocupe-se com sua glicose, é isso que será decisivo para que sua gestação seja  perfeita ou não”. Confesso a vocês que saí mais preocupada ainda do que entrei… rs. Saí do consultório já ligando pra marcar minha endócrino. E adivinham? Consulta só em março. (Dureza!).  Com o pedido em mãos, fiz meu primeiro ultrassom, perfeito!!! Coraçãozinho batendo e tudo dentro  da  normalidade!!! Agora é esperar minha consulta com minha médica principal…rs. Estou tão ansiosa e preocupada que meço minha glicose de 2 em 2 horas, ao final da gestação nem terei mais digital, rs… Mas tudo pelo meu bebê! Furo até a testa se precisar… rs. O medo da glicose ficar alta é imenso, aí acabo aplicando insulina a mais, mas a questão é que a glicose baixa também é perigoso para o bebê, e assim fico nesse ciclo: me alimento, aplico insulina para não aumentar a glicose, a insulina faz a glicose abaixar, aí preciso me alimentar novamente, e por aí vai… Manter a glicose dentro do padrão não é fácil não, mas eu tento!!! E com isso também vou ganhando uns quilinhos extras… Aff!

Meu marido está tendo um papel fundamental nesse processo.  Ele segue comigo minhas dietas, me incentiva a exercitar quando bate aquele desânimo (O exercício para a gestante diabética não é só bom, é essencial e indispensável!) e me acalma quando a angustia me toma e o choro escapa.

Mas é isso aí, a hora de Deus é que é a hora certa! Agora é doar 100% de mim para gerar meu bebê com muita saúde e fé de que tudo dará certo! Acho que só vou ter noção dos riscos reais quando consultar com minha endocrinologista. Em março eu volto para contar a vocês como foi.

Abraços!

Deborah Patricio.

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Relato da mamãe da Bianca

Meu nome é Clésia Lacerda, sou casada com o Jhonathan Fernando a sete anos, quando estávamos com seis anos de casados decidimos que era o tempo de nos começar a programar para termos um filho, tentamos acertar as coisas, oramos e amadurecemos a ideia! Nosso bebê foi programado, sonhado e muito desejado.

Engravidei depressa, ficamos surpresos e também muito felizes! Nossa família! Nosso sonho!

Com onze semanas de gestação vivemos uma ameaça de aborto, e foi um aperto enorme, pensar na possibilidade de perder nosso bebezinho nos amedrontou muito, mas confiamos em Deus e seguimos as orientações médicas, deu tudo certo!

Estávamos ansiosos para saber o sexo do nosso bebê, então fomos no dia 23 de Janeiro de 2015 com 17 semanas de gestação realizar o ultra som. Bem no início do exame o médico nos disse que seria uma menina, nossa Bianca! Fiquei apaixonada!! Embora muitos dissessem que eu tinha mais jeito de mamãe de menino, mesmo assim meus olhos brilharam e em meio minuto já comecei a fazer diversos planos para minha pequena, mas algo me incomodou, o médico não terminava o exame e pressionava muito a minha barriga de um lado, naquele momento percebi que havia algo errado, apertei com força a mão do meu marido e ansiosa como sou não esperei o médico falar nada já fui perguntando o que estava acontecendo, ele com muita calma nos disse que ela parecia ter uma fendinha nos lábios, e eu mais que depressa perguntei se era um lábio leporino, e ele disse que sim! Eu já tinha lido sobre o assunto e visto algumas matérias, mas nunca tinha conhecido ninguém pessoalmente… Fiz o que a nossa geração faz! Pesquisei na internet sobre o assunto, e ali, diante daquelas imagens perdi meu chão, uma pontada de desespero me invadiu quando vi as fotos, quanto mais eu lia sobre o assunto, mais meu coração apertava e o medo me abraçava com toda a sua força. Sofri, chorei, chorei muito! Mas logo eu lembrei que havia alguém que era muito maior que qualquer problema. Meu marido e eu oramos juntos e colocamos a gestação e a vida da Bianca aos pés de Jesus, dissemos a Ele que o que Ele tivesse pra nós iriamos viver de cabeça erguida e ofertaríamos muito amor pra nossa pequena Bianca.

No exame morfológico foi confirmada a fenda labial unilateral com provável comprometimento de palato. Nessa altura eu já sabia onde o tratamento era realizado em Belo Horizonte, Jhonathan e eu fomos até lá para o acolhimento a gestante, fomos muito bem recepcionados e atendidos. A equipe do Centrare é formidável! Com as informações em mãos, vivemos o restante da nossa gestação curtindo cada movimento da nossa princesa, embora a preocupação fosse constante nossa alegria de saber que nossa filha estava chegando era muito maior.

No dia 14 de Junho de 2015 minha bolsa rompeu e nossa menina apressada chegou a esse mundo duas semanas antes do previsto, muito saudável e rosada!! Mas trazendo consigo mais uma surpresa, a fenda que esperávamos unilateral, veio bilateral e o palato comprometido com uma fissura a esquerda.

Bianca para nós é um milagre! A primeira fonoaudióloga que a examinou disse ao meu marido que seria difícil dela mamar na chuquinha, e que talvez tivesse que ficar na sonda por um tempo, mas mesmo assim o teste seria realizado, na primeira tentativa ela mamou perfeitamente! Nunca perdeu peso, sempre se alimentou muito bem! Graças a Deus!

Confesso que esse inicio não foi fácil, ter que dar muitas explicações as pessoas e relevar olhares de compaixão, me doeu muito, minha filhinha tão pequena e indefesa não merecia determinadas atitudes de preconceito que viveu, uma criança com uma má formação não é digna de compaixão, mas sim de amor e orgulho . Mas mais uma vez me apeguei em Deus, e pedi a Ele que não deixasse brotar em meu coração nenhuma raiz de amargura, e que Ele fizesse a Bianca e a mim fortes, pois seríamos provas de um grande milagre! Tentei entender que tanto pra mim quanto para os que me rodeavam era tudo muito novo. Então, cheio de novidades, vestimos o nosso momento e fomos enfrentá-lo!

Bianca ganhou o peso necessário e com a saúde dentro do esperado fomos para a cirurgia do lábio no dia 18 de Novembro de 2015. A cirurgia foi um sucesso! A expectativa era que se fechasse somente o lado esquerdo, mas foi possível fechar os dois! O pós-cirúrgico foi tranquilo e nossa Bianca nos surpreendendo mais uma vez com sua força e alegria, passando por tudo como uma grande guerreira.

O caminho que temos ainda é longo, mas sei que já somos mais do que vencedores em Cristo Jesus! Eu acredito que tudo nessa vida tem um propósito! E que a história de Bianca consolará e encorajará várias famílias a prosseguirem!

Aos papais que estão chegando agora no mundo dos fissurados eu só tenho uma palavra: Fé!!! Seu bebê irá te surpreender em tudo, e assim como Jhonathan e eu, vocês se encherão de orgulho e alegria em cada pequena e grande conquista!

Bianca está com oito meses com desenvolvimento dentro do esperado! Somos fissurados nela!! E eu tenho certeza que só vai melhorar!

Deixo aqui meu agradecimento ao blog Fissurada na Maternidade, pois me ajudou demais com suas informações e preciosas publicações. Todo o meu carinho a pessoa da Ana Maria, nos conhecemos através em um grupo no facebook e ela cuidou de mim durante a gestação me acalmando e me ensinando a ser uma mamãe fissurada pelo filhote! Obrigada Ana!

“Bora” vencer!!!

Abraços!

Relato da mamãe do Enzo

Relato do meu pequeno grande guerreiro Enzo

Mayara Cristina Felipe Cruz

João Monlevade – Mg

10/12/2015

Bom dia Ana Maria!

Bom dia Leitores…

Fui convidada e aceitei com muito prazer compartilhar com vocês a minha história e apresentar o meu amado filho.

Ser mãe sempre foi um sonho que falava mais alto, me preparei, me programei, tomei todas as vitaminas recomendadas, mudei a alimentação, segui tudo à risca para que tudo desse certo.

Com o positivo em mãos comecei o pré natal, fiz duas ultrassons e tudo normal.

Foi marcada a morfológica, confesso tive receio, medo, uma ansiedade que não tinha como explicar, antes de sair de casa eu disse que queria ver o rosto do meu Enzo e o que Deus tinha preparado pra nós. Super ansiosa cheguei para fazer o exame no dia 04/02/2015, vi meu Enzo que estava com 24 semanas e muito esperto com 730 gramas, só crescendo e desenvolvendo na graça de Deus, no meio o exame foi interrompido e o médico que o tempo todo me passou tranquilidade e esperança me disse que torce pra tudo dá certo mas que infelizmente não poderia me esconder e que graças a Deus já tem recurso pela medicina.

Meu pequeno forte valente tentou esconder colocou a mão no seu rosto e não queria tirar, com esforço mexendo nele tirava e novamente voltava com a mão pro rosto.

Diagnóstico FENDA LABIAL!

Um susto, não teve como conter a emoção que falo mais alto, um silêncio, o medo tomou conta de mim, naquele momento tive medo de perder ele, passar pela mesma dor novamente seria difícil, só consegui chorar.

O médico com toda paciência me explicou tudo possível.

Nesse dia não voltei para o trabalho, não foi possível!

Pensava nele o tempo inteiro, não sabia o que era, não conhecia ninguém, nunca tinha visto.

O papai e a mamãe se permitiu sofrer, chorar por medo, receio dele sofrer, tão pequeno passar por uma cirurgia, mas o Enzo se comunicou comigo o dia inteiro coisa que nunca tinha feito.

Minha mãe falava pra mim que ele estava falando que ele estava bem e que eu não precisava fica triste.

Depois da notícia fui atrás de informação, sofremos mais não paramos!

Na minha cidade eles não sabiam me explicar nada direito, os médico nunca tiveram pacientes nessa situação me sentia perdida no tempo, pensava que caminho seguir e o tempo inteiro pedi a Deus direcionamento que colocasse pessoas certas no meu caminho, o telefone toca minha tia um dia depois me falando que estava passando uma propaganda na globo do Hospital da Baleia sobre a fissura labial que era pra eu ver, foi tudo se direcionando depois que vi a propaganda, com uma semana já estava dentro do hospital pro acolhimento a gestante e foi tudo perfeito, me senti protegida e confiante, recebi toda informação necessária pro primeiro momento, levei para casa uma segurança, uma força que não tinha como explicar.

Os dias foram passando me sentia cada vez mais preparada pra tudo, nada que viesse acontecer ia me abalar.

Tivemos outro diagnóstico mas não me permiti mais sofrer e somente confiar em Deus, ele foi o meu escudo e a minha fortaleza, não me desamparou e sim me preparou.

Entre todos os momentos em que eu e o papai Jeferson vivemos sobre a fissura o mais importante foi o contato com outra família. A Nazaré e o Breno abriram as portas da sua casa para conhecermos a Clarinha. O papai do Enzo não tinha tido o primeiro contado como eu, ela foi a primeira e isso foi muito fortificante ver o desenvolvimento dela e a postura dos pais.

Foi se aproximando a data do parto, uma cesárea programada, todos se encontravam apreensivos, medo da minha reação, medo de como tudo seria, mas eu me encontrava completamente segura, pronta pra tê-lo em meus braços…”

Chegado o momento, ele nasceu no dia 13/05/2015. Lindo, forte e saudável. Meu príncipe com um olhar encantador e somente com a fissura labial, palato completamente fechado e para a surpresa conseguiu se alimentar direitinho, mamou sem nenhuma dificuldade.

Uma dica pra quem vai passar por isto, é ter ao seu lado médicos de sua total confiança, médico que antes do nascimento já conheça nossa história, pra mim isso foi fundamental na amamentação do Enzo.

Infelizmente encontramos muitos profissionais despreparados, sem orientação, eu me informei de tudo e levei tudo para a pediatra.

A fissura é um charme à parte, não tive dificuldades em lidar com os olhares, não nego que teve momentos em que não me senti confortável e não contive a emoção, chorei muitas vezes no meu silêncio. Vivemos em uma sociedade de preconceitos, eu escolhi viver nossa história de cabeça erguida e não me importa para as palavras mal faladas, os olhares atravessados, nada tiraria a felicidade de estar ao lado dele, ao lado do meu filho.

A maior ansiedade foi esperar pela primeira consulta, pensávamos tantas coisas mas tudo foi se encaminhando e dando certo, o ganho de peso, os exames com resultados positivos.

Graças a Deus chegado o dia de marcar uma data, que alegria! Essa data foi marcada pra longe, fiquei triste, preocupada, já teria voltado a trabalhar, como tudo seria diferente do que tinha imaginado, Deus estava no controle de nossas vidas, o médico voltou a agenda mas não tinha como ser antecipada, voltei para casa um pouco triste mais como sempre não me permitia ficar por muito tempo no outro dia já estava conformada.

No dia 18/09/2015 recebemos uma ligação, exatas duas semanas após marcar a data para a cirurgia queriam saber da saúde do Enzo e se estávamos com todos os exames em mãos e disseram traga ele amanhã para realizarmos a cirurgia. O coração disparou, pulamos de alegria, não tivemos tempo nem de ficarmos ansiosos acreditamos que foi melhor assim.

19/09/2015 pegamos viajem de madrugada, pra falar a verdade não consegui dormir nada, foi uma adrenalina emocionante, o jejum foi difícil, ele chorou demais já chegou no hospital chorando o médico até chamou ele de malinha porque não parava de chorar por nada, entrou pro bloco cirúrgico chorando e eu fiquei apreensiva esperando por ele, foram minutos longos conversei com outras mães mais o tempo parecia eterno, e na verdade nem demorou tanto. Foram mais ou menos 1:40h para chamarem a mãe do Enzo, aí sim começou a cair a ficha, entrei no bloco ao seu encontro, escutei seu choro de longe, choro rouco.

O reencontro foi lindo, conheci meu filho pela segunda vez, não contive a emoção, as lágrimas escorreram pelo meu rosto, foi perfeito aos olhos do Pai, a cirurgia foi um sucesso.

O Enzo pra mim ficou muito diferente, mudou muito porque não criei expectativa alguma de como ele ficaria, pra mim foi melhor assim, o seu rostinho ficou mais gordinho.

A recuperação não foi nada do que cheguei a imaginar, tudo muito tranquilo, sem febre, sem choro, apenas dengo, Ah e os pontos demoraram 30 dias para caírem por completo.

O trabalho dos profissionais foi demais, só tenho a agradecer por ter proporcionado ao meu Enzo uma qualidade de vida melhor, temos muitas vitórias a ser conquistadas, temos uma luta contra ao preconceito a ser vencida!

Mamães e Papais aceitam nossas condições, nos traz firmeza para cuidarmos dos nossos filhos, com calma e paciência conseguimos tudo e no tempo certo.

Comentários e perguntas terão sempre, mas o que importa é o AMOR que existe e que faz superar tudo, neste momento a família deve se unir, não se cale divida com quem tiver ao seu redor, pessoas de sua confiança que não te abandonarão, eu prefiro conversar ao invés de ficar calada e me fez um bem enorme.

Graças a Deus o Enzo está bem e crescendo cada dia mais, surpreendendo a muitos!

Amo Meu filho incondicionalmente!!

Amo o meu fissurado e sinto saudades daquele sorriso que estará para sempre na minha memória.