Fonoaudióloga por amor

O dia 09 de dezembro é dedicado a minha amada profissão, a Fonoaudiologia. Esse ano em comemoração ao dia do fonoaudiólogo, o Conselho Federal de Fonoaudiologia lançou uma campanha onde as estrelas do comercial que passará na televisão seriam os próprios fonoaudiólogos. Para participar da campanha, o fonoaudiólogo deveria enviar um texto contando alguma história que tenha vivenciado e que marcou sua trajetória profissional. E eu enviei a minha e vou compartilhá-la aqui com vocês.

“A história que marcou minha trajetória como fonoaudióloga não aconteceu em meu consultório e sim em minha própria vida. Formei-me em 2008, aqui mesmo em Belo Horizonte. Escolhi o curso sem saber o porquê. No decorrer da minha graduação, percebi que não me identificava tanto com o curso, mas algo me dizia que tinha que terminá-lo e assim o fiz. Conclui o curso e atuei como fonoaudióloga até uns três meses antes do meu filho nascer, em 2013. Hoje sou mãe e fonoaudióloga em tempo integral do meu pequeno, que nasceu com fissura labiopalatina transforame à esquerda. Após sete anos de formada descobri o sentido de ter escolhido essa profissão e tenho a certeza de que não poderia ter escolhido uma profissão melhor. Sou muito grata a Deus por ser mãe; por toda a trajetória na faculdade; incertezas; pacientes e empregos que tive. Por essa gratidão que sinto, hoje tenho um Blog, o Fissurada na Maternidade. É através dele que mostro a forma real e descomplicada da fissura labiopalatina e da maternidade. Ao ajudar outras mamães e papais e até mesmo colegas de profissão com minhas vivências sobre as questões da fissura labiopalatina me sinto realizada. Com amor, Ana Maria Poças. CRFa 6-7185. www.fissuradanamaternidade.com”

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Parabéns a todos os fonoaudiólogos que exercem a profissão com AMOR!

Com amor,

Ana Maria Poças.

CRFa 6-7185

Da série mamãe fonoaudióloga: Como aumentar o furo do bico da mamadeira

 Bom dia!

Hoje vou falar sobre aumentar furos de bicos de mamadeira “corretamente”. Corretamente está entre aspas, pois o certo mesmo seria não aumentar, mas sabemos que muitas das vezes isso não é possível principalmente quando se trata de crianças que nasceram com fissura labiopalatina. Então, como devemos proceder quando estas crianças realmente não conseguem sugar a mamadeira com o furo que veio de fábrica?

Vou exemplificar com um bico qualquer que encontrei aqui em casa. Já conversamos sobre o assunto do bico e da mamadeira ideal no post Dicas de Alimentação pré e pós Operatório. A mamadeira e o bico ideal é a que seu bebê preferir. Não existe isso de bico adequado. Adequado é seu bebê conseguir mamar direitinho, ganhar peso e crescer, ok?! Sem neuras para bicos ortodônticos, bicos anti isso ou aquilo.

O ideal é você fazer um pequeno furo ao lado do furo existente no bico. Nada de cortar o bico da mamadeira com uma tesoura ou com uma faca. Quando você virar a mamadeira o líquido não deve sair esguichando e sim gotejando. Para isso, pegue uma agulha bem fininha, esterilize-a e esquente-a no fogo e logo ao lado do furo original da mamadeira faça um novo furo. Isso vai facilitar a sucção de seu bebê e evitar possíveis engasgos causados por um furo inadequado, quando por exemplo alargamos o que veio da fábrica.

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Lembrando que esse furo somente deve ser feito se seu bebê tem dificuldade para mamar. Mas como percebo isso?! Se seu bebê cansa de mamar rápido demais e dorme, se ele suga, suga, suga e o nível do leite continua o mesmo, se ele chora muito quando está mamando… enfim, você é mãe (pai ou cuidador) e saberá se seu filho precisa desse facilitador. Outro lembrete importante é sempre conversar com o pediatra ou o fonoaudiólogo que está acompanhando esse processo de alimentação do seu pequeno para que ele o oriente da melhor forma possível.

Com amor,

Ana Maria Poças.

CRFa  6-7185

Higiene Oral das crianças

Olá, pessoal!

Sabemos que chega uma hora que as crianças nos dão uma canseira para tomar banho, ir ao banheiro, escovar os cabelos, escovar os dentes então, nem se fala. Uma luta para deixar que a escova entre na boca. O ideal é iniciar esse contato com a escova de dentes quando os primeiros dentinhos começarem a nascer, para que o bebê já vá se acostumando com ela e com o processo.

Comecei bem cedo com o Raul. Na verdade antes mesmos dos dentes dele nascerem. Como havia a fissura no palato dele, a minha preocupação em deixar tudo bem limpinho para que as bactérias não invadissem a boca dele e nem a cavidade nasal era bem grande. Para limpar a boquinha do Raul no início utilizava esse Coelhinho da MAM que comprei logo quando ele nasceu. Mas se você utilizar uma gaze limpa, tem o mesmo efeito. (#ficaadica)

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Quando os dentinhos começaram a nascer de verdade, utilizei essa dedeira da marca Lillo, mas existem outras no mercado. A marca não importa, o que importa é a higiene ser feita corretamente.

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Logo após essa dedeira veio a escova tradicional. Comprei essa da MAM pelo fato de o cabo dela ser pequeno, o que facilitava a pega do Raul. Sim, eu já deixava ele mesmo escovar seus dentes aos 7 meses de idade. Segurava na mãozinha dele e ia guiando a sua escovação. Hoje ele usa escova para crianças de 2 anos e pasta de dente também adequada para a idade.

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Raul ganhou de presente do Ateliê Anita Righi esse kit educador “Dentão e seus amigos” para as crianças aprenderem a escovar os dentes.

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Olha como é fofo! Vem com o dente, minis tomatinhos para colar no dente como se fossem as sujeiras, o fio dental, a pasta e a escova de dente. Eu achei o máximo! E o Raul super curtiu escovar o “Dentão”, como ele mesmo o denominou desde que abriu o presente. Vira e mexe vejo ele lá colando os tomatinhos e narrando qual será a próxima etapa da brincadeira. 😍

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Com amor,

Ana Maria.

Cuidados com a cicatriz após a labioplastia

Bom dia!

Hoje vou esclarecer algumas dúvidas em relação aos cuidados necessários com a cicatriz após a labioplastia ou queiloplastia.

Após a cirurgia o que devemos fazer é limpar sempre os pontos com água e sabão na hora do banho, tomando cuidado para não apertar demais os pontos. Lavar bem de leve! Não é necessário passar nada para limpar, nenhum produto, como por exemplo soro fisiológico com algodão. Algumas mamães passam algodão ou limpam com gaze, mas isso pode causar atrito nos pontos e muitas das vezes quando se passa algodão gruda pedacinhos nos pontos, o que não é legal e pode causar até mesmo infecções, então o ideal é somente lavar com água e sabão, secar com bastante cuidado com uma toalha macia e fazer o uso da pomada cicatrizante que o médico solicitar.

É importantíssimo não tomar sol por no mínimo três meses para que a recuperação da cirurgia tenha um bom resultado com uma melhor cicatrização. Após os pontos caírem e passados esses três meses iniciais, se for tomar sol, mesmo que seja indiretamente, deve-se usar bloqueador solar. Nós ficamos um ano sem expor o Raul ao sol, e até hoje uso bloqueador e um boné quando vamos passear no sol. A pediatra do Raul recomendou o uso de uma pomada para diminuir a cicatriz, e desde a caída dos pontos começamos a usá-la.

Passados trinta dias após a cirurgia e a queda completa dos pontos dos lábios, provavelmente o fonoaudiólogo que atende seu baby deverá passar uma sequência de massagens para melhorar a mobilidade e o alongamento da área operada, a fim de evitar o enrijecimento da cicatriz. A massagem será compreendida por movimentos circulares, para cima e para baixo, e de dentro para fora da musculatura envolvida. Esses exercícios deverão ser feitos diariamente, no mínimo três vezes ao dia,  o máximo de tempo que conseguir. Eu fazia durante o banho do Raul e quando ele estava dormindo, que eram os momentos que ele me deixava colocar os dedos dentro da boquinha dele. Abaixo estão figuras demonstrando algumas massagens que passamos, mas a importância de se ter um fonoaudiólogo acompanhando e ensinando a fazê-las corretamente não é diminuída, ok?! Seja sempre acompanhado por algum profissional que o ensine a realizar corretamente.

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A importância dessa massagem é justamente para a cicatriz ficar mais maleável e não prejudicar na articulação da fala, na movimentação dos lábios e para dar um resultado estético melhor na posição dos lábios.

O resultado da cicatriz vai depender muito da tonalidade da pele da criança e da genética em relação à cicatrização, mas seguindo essas dicas e cuidados no pós operatório o resultado já é muito satisfatório.

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Foto do meu príncipe Raul com o resultado da cicatriz dele. 😍

Com amor,

Ana Maria Poças

CRFa 6-7185

 Ps.: As figuras demonstrando as massagem são do link http://www.amigonerd.net.

Da série mamãe fonoaudióloga: A fala dos “Fissurados”

Oi gente!

O assunto de hoje é sobre Fissura. Como tem muitas mamães me perguntando como é a fala de bebês que têm fissuras e se são atrasados em relação a linguagem, resolvi escrever este post.

Já falei aqui no Blog e torno a repetir, bebês fissurados são NORMAIS como todas as outras crianças. A única diferença é a abertura na boca e no palato. Quanto ao desenvolvimento da linguagem não tem nada de diferente, ela acontece do mesmo jeito como todas as crianças. O que pode acontecer são os sons que podem sair um pouco distorcidos se começarem a falar antes da cirurgia, por ainda terem o palato aberto (céu da boca). Por esse motivo, se a cirurgia for realizada no tempo certo, a fala dos nossos pequenos tem uma enorme chance de não ser prejudicada.  Existe um fator bem importante que também auxilia muito que é a escolha de um cirurgião plástico ou um centro especializado no assunto na hora de operar.

Antes da cirurgia os bebês devem ser estimulados normalmente em relação a fala (Já fiz um post sobre Estimulação de linguagem, deem uma lida depois!), o que podemos fazer desde sempre é incentivá-los a direcionar o fluxo aéreo para a boca, pedindo para a criança tampar o nariz com a mão ao falar palavras com a consoante /p/, como por exemplo papai, e também colocar brincadeiras no dia a dia que estimulam o sopro, como por exemplo: tocar flauta, gaita, apito e fazer bolinhas de sabão. Após a cirurgia de palato o que às vezes pode acontecer é o que nós fonoaudiólogos chamamos de disfunção velofaríngea,  que podemos exemplificar com o escape de ar nasal ao falar, hipernasalidade na fala, refluxo nasal de alimentos e distúrbios articulatórios compensatórios (DAC). Por isso, ressalto aqui a importância de procurar um bom profissional cirurgião plástico e um bom fonoaudiólogo, que sejam experientes no assunto. O fonoaudiólogo irá avaliar e passar exercícios para que esta etapa seja vencida e que as alterações na fala sejam minimizadas antes e após as cirurgias. Fazendo isso, podem ter certeza de que as chances de sucesso são enormes.

Depois da palatoplastia, Raul já falava algumas palavras como mamãe, áái (papai), vovó, auau, ága (água), bó (bola), etc. Não falava nada com as consoantes /p/, /d/, /k/ e /t/ ainda, por exemplo, papai ele falava “áái”. Alguns meses de treino e muito sopro (risos) saiu o primeiro papai. E hoje já fala o /p/, /b/, /t/ tranquilamente. A luta agora é para usar o /k/ nas palavras corretamente. Dentre esses sons que citei o único que ainda estamos na luta para ele usá-lo da maneira correta é o /k/ (o mesmo som quando falamos “casa”). Em sílabas isoladas e até em palavras que não tem o /k/ ele usava, por exemplo: ele falava “moco” ao invés de moto. (risos)

Confesso que eu fico um pouco neurótica com a fala do Raul, pelo fato dele ter nascido com fissura, mas ele está até mais desenvolvido do que muita criança que vejo na mesma faixa etária dele (Raul está com 01 ano e 09 meses). Se você escutar ele conversando sozinho ele fala quase todos os fonemas, inclusive alguns que são aprendidos mais pra frente. Enfim, o que temos que preocupar é em estimular. Estimular e muito a audição, colocar músicas para a criança escutar, dançar, cantar, brincar muito, dar livrinhos para ela ir vendo as figuras, estimular a imitação de sons de animais, meios de transportes, telefone, ranger da porta, etc., usar mesmo a imaginação e a criatividade com seus filhotes. Quanto mais brincamos e damos exemplos, eles aprendem! E a última e mais importante dica em relação a fala: Seja o exemplo de fala para o seu filho. Fale certo! Fale as palavras corretamente, mesmo que você ache lindo  e morra de amor quando seu filho falar “ábua” (água), “mimi” (dormir), “bubu” (chupeta/bico) e outras coisas fofas! Criança é seu espelho, em tudo! Pense nisso…

Ps.: Olhem aí, o Raulzito falando Papai logo quando aprendeu a fazer o /p/.

Ps. 2: Já estamos providenciando vídeos no nosso canal no youtube.

Com amor,

Ana Maria Poças.

CRFa 6-7185

Cronologia do tratamento de fissurados

Bom dia!!!

Muitas mamães me perguntam como é realizado o tratamento de fissurados, quando começam as cirurgias e onde procurar ajuda. Por este motivo vou explicar como fizemos aqui em Belo Horizonte/MG, onde o tratamento é realizado no Centrare (Hospital da Baleia).

Quando decidimos que iríamos realizar o tratamento do Raul na nossa cidade, procuramos saber com antecedência como deveríamos proceder. Os passos iniciais foram:

1°  passo: Dar entrada no Centrare. É preciso que o posto de saúde da sua região faça o encaminhamento para você. O Centrare é do SUS e não atende plano de saúde, ou seja, após sair da maternidade já procure o posto de saúde da sua região e marque uma consulta com o pediatra para que ele faça o encaminhamento.

2° passo: Ir ao Centrare. Após o posto de saúde fazer o encaminhamento, o Centrare entra em contato com você marcando uma consulta inicial, que vai ser realizada através de uma triagem, onde terá na mesma sala alguns dos profissionais envolvidos no tratamento do seu filho. Eles irão explicar como funciona o tratamento, a cronologia e tudo mais. Então aproveite para tirar todas as suas dúvidas. Faça igual a mim, leve um caderninho com todas as suas anotações e dúvidas. Eu perguntei até!!! risos…

3° passo: Após esta consulta de triagem, eles irão marcar uma nova consulta com o cirurgião plástico que irá dar continuidade ao tratamento do seu filhote e com a fonoaudióloga que irá explicar tudo sobre a alimentação, a estimulação do seu bebê e os cuidados com a audição. O cirurgião irá solicitar os exames necessários para a cirurgia que será em torno dos 03 meses de vida. Quando você realiza os exames, um retorno deve ser remarcado para mostrar o resultado dos exames ao médico e assim, ele irá marcar a data da cirurgia.

4° passo: Cirurgia labioplastia. A cirurgia é realizada no Hospital da Baleia. A criança interna e faz a cirurgia no mesmo dia e recebe alta no dia seguinte.

5° passo: Após a cirurgia. Com a cirurgia realizada, é marcado um retorno com o médico que operou o seu filho após sete dias e uma outra após 30 dias. Nesta última também é feita uma consulta com a fonoaudióloga que irá dar orientações sobre o pós operatório, como por exemplo a forma como devem ser feitas as massagens na cicatriz do lábio.

6° passo: O retorno agora é por volta da segunda cirurgia que será a palatoplastia. Os procedimentos são os mesmos da primeira cirurgia até o pós operatório. Acrescenta-se somente o otorrinolaringologista para o acompanhamento da audição chegando a conclusão sobre a necessidade ou não do tubinho de ventilação.

7° passo: Retorno após 6 meses de operado no otorrinolaringologista, cirurgião plástico e fonoaudióloga.

Bom, foram estes passos que passamos até o momento. O início do tratamento odontológico eu ainda não sei quando será, mas já estou providenciando um particular pro Raul para saber como proceder de agora em diante. Conto aqui depois assim que souber e tiver mais novidades.

Espero ter ajudado.

Com amor,

Ana Maria.

Otites, por que em fissurados?

Bom dia, gente!

Nesse post vou explicar um pouco porque as otites ou inflamação nos ouvidos são muito frequentes em crianças fissuradas.

O motivo é que como palato (céu da boca) está aberto, a sua musculatura está inserida de forma incorreta sobre a fissura e desta forma não há movimentação adequada das tubas auditivas. Quando não se tem fissura, a musculatura do palato ao se mover promove a dilatação e a drenagem das tubas auditivas para a rinofaringe (Parte da faringe situada atrás das fossas nasais e acima do véu palatino). Como nos fissurados isso não ocorre, a boca e as orelhas acabam tendo uma certa conexão e quando alimentamos nossos pequenos de forma inadequada (deitados) o líquido vai parar nas orelhas médias, onde pode ou não sair depois. O acúmulo de líquido na orelha média que é a causa da famosa otite serosa, tão temida por nós mamães e papais de fissurados.

Essa otite serosa muitas das vezes é silenciosa, ou seja, a criança não tem reação nenhuma a ela, não tem febre, nem dor, nem nada, mas quando levamos ao pediatra e ele vai olhar as orelhas, lá está a membrana timpânica vermelhinha e opaca… ou então quando fazemos a imitanciometria e nos deparamos com o resultado de uma curva Tipo B, que significa presença de líquidos na orelha. 😕 O grande problema desse acúmulo de líquido é que, quando se torna crônico, pode ocasionar infecções de repetição que por sua vez pode levar a perdas auditivas.

Quando a criança está com esse acúmulo de líquido na orelha interna, pode ser necessária a inserção de um tubo de ventilação (Tubinho), para permitir a drenagem do líquido e aliviar os sintomas. O ideal é que a criança seja avaliada por um Otorrinolaringologista desde recém nascido, fazendo testes audiométricos e avaliando regularmente a sua audição. A diminuição da audição em crianças prejudica o desenvolvimento da fala. É de suma importância que a criança escute bem para perceber as variações dos sons da nossa fala e aprender a falar corretamente.

Mesmo eu sendo muito chata, mas muito chata mesmo com a questão da alimentação do Raul e o posicionamento dele durante as mamadas, ele teve que colocar o tubinho nas duas orelhas. Infelizmente, esse procedimento é muito comum mesmo em fissurados palatais. Raul quase não tinha presença de líquidos, mas sua membrana timpânica estava retraída e o médico resolveu colocar para melhorar sua mobilidade.

Olhem ai como funciona o tubinho. Esse azulzinho é o tubinho de ventilação. Ele é inserido na membrana timpânica para promover a drenagem do líquido que estava preso na orelha média.

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http://www.cochlea.org/

Portanto, prestem atenção sempre nas mamadas, no posicionamento dos bebês e os coloquem o mais sentadinho possível.

E é isso ai!!! A posição na alimenta de um fissurado é de extrema importância para a sua saúde. ☺

Com amor,

Ana Maria.

CRFa 6-7185

A escolha pelo local de tratamento do Raul

Quando soubemos que o Raul iria nascer com a fissura lapiopalatina tínhamos uma dúvida: Onde iríamos procurar ajuda?. O centro mais conhecido para tratamento de má formações craniofaciais é o Centrinho de Bauru, que fica em São Paulo, a 731km de distância de Belo Horizonte. A princípio, essa era a minha escolha. Como fonoaudióloga sempre ouvi falar de lá, tive professoras que fizeram especializações naquele centro, conheço fonoaudiólogas que trabalharam lá e mamães de fissurados que optaram pelo tratamento ali. Mas, viajar com o meu príncipe operado me doía o coração. Foi conversando com inúmeras pessoas, dentre elas as que eu citei acima, que conheci um novo e conceituado centro, aqui mesmo em Belo Horizonte, que também é especializado no assunto, o Centrare. Ah, fiquei aliviada por saber que poderia fazer aqui mesmo o tratamento e ansiosíssima para conhecer o lugar!!!

O Centrare fica no Hospital da Baleia, no bairro Saudade.  Antes do Raul nascer, procurei saber como era o funcionamento além de marcar uma triagem com os profissionais do centro, para que me explicassem como seria o tratamento do meu filhote. A equipe de lá é composta por cirurgiões plásticos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. Saí da triagem com a certeza de que iríamos tratar do nosso Raul lá. Eles me tranquilizaram muito, explicaram a cronologia do tratamento, com quanto tempo de vida iria começar as cirurgias, a alimentação, os cuidados necessários, a higienização, etc. O tratamento é todo custeado pelo SUS (Sistema único de saúde), não existem as categorias particular ou plano de saúde privado. O tratamento é de excelência.

Com quatro meses de vida, o Raul realizou a primeira cirurgia (a labioplastia). A cirurgia ficou perfeita!!! Em breve farei um post sobre o antes e o depois das cirurgias e vocês poderão concordar comigo. A próxima cirurgia, a palatoplastia, já está chegando (A preocupação sempre nos acompanha, viu?! Isso não muda nunca (risos)). Ela também será realizada pelo mesmo médico que o operou na labioplastia, o Dr Hugo Leonardo, que por sinal é fera no assunto e uma graça de pessoa!!! Os cirurgiões que atendem no Centrare são os melhores de BH. Podem procurar pelo tratamento lá que vocês estarão em boas mãos e farão uma ótima escolha!!!

A página do Centrare que encontrei não está muito atualizada, mas dá pra vocês terem uma ideia do que se trata pelo site o Hospital da Baleia. Seguem abaixo os dois links para vocês darem uma olhada:

http://www.pucminas.br/centrare/

http://www.hospitaldabaleia.org.br/pt/conteudo.php?c=3&t=1&i=192

O segundo link entra direto no site do Hospital da Baleia e nele vocês têm informações de como ser atendido no Centrare, ou seja, dá as coordenadas burocráticas para o atendimento. Encontra-se, também, uma cartilha explicando mais sobre fissuras. Não deixem de ler!!!

Com amor,

Ana Maria.

Esterilização, até quando?!

Afinal, por que esterilizar os utensílios dos nossos pequenos!? Até quando é necessário esse cuidado?! Essa é uma das inúmeras dúvidas que nós mamães de primeira viagem temos. Eu já entrei em milhares de sites para saber mais a respeito. Por este motivo resolvi escrever pra vocês, um post dedicado a este assunto.

O principal motivo é a higiene. Só lavar com água e sabão muitas das vezes não mata as bactérias. Bebês até um ano de idade não tem anticorpos suficientes e/ou o sistema imunológico ainda está imaturo, por isso acabam estando mais sujeitos a infecções causadas por bactérias, fungos, vermes e vírus. E esses “bichinhos” adoram uma mamadeira e uma chupeta para viverem!!! Restos de leite e comida é um prato cheio para eles. =/

Especialistas no assunto sugerem a esterilização dos utensílios do bebê (mamadeiras, copos, chupetas, mordedores, etc.) a cada uso até os sete meses, após isso, uma vez ao dia até que o bebê complete um ano. No caso do Raul, como ele ainda tem a fissura palatina as vias respiratórias superiores e a boca ficam em contato direto, devido a isso o meu cuidado é extremo quanto a esterilização. Sempre tive muito cuidado e continuo assim, até que ocorra a labioplastia. E pretendo continuar assim até que os pontos caiam. (risos)

Então como devemos esterilizar!?

Ps.: Antes de esterilizar, lave também as suas mãos!!! Pois a sujeira das suas mãos pode contaminar os objetos.

Lave os objetos com água e sabão neutro.

Para a esterilização na panela:

Ferva a água por cinco minutos e, em seguida, mergulhe os utensílios, que devem ser aquecidos por mais cinco minutos.

Ps.:  Se ficarem por muito tempo na água fervendo, os objetos podem ser danificados. Ferva somente por cinco minutos. Já é o suficiente!!!

Para a esterilização no microondas:

Coloque os utensílios em um recipiente apropriado, geralmente os fabricantes falam para colocarmos  250 ml de água e programe o microondas por cinco minutos.

Após esse processo deixe que os objetos sequem naturalmente e guarde-os em uma vasilha com tampa até o uso. Isso é para evitar que contaminem novamente.

Penso que esse cuidado vale a pena. É importantíssimo que evitemos possíveis infecções, ainda mais sendo através de uma forma tão boba. Não é mesmo!? =)

Beijos e fiquem com Deus!!!

Com amor,

Ana Maria.

Fissura Labiopalatina e o Teste da Orelhinha

Emissões Otoacústicas Evocadas ou Teste da Orelhinha, como é mais conhecido, é um exame realizado por fonoaudiólogos, que é obrigatório e gratuito (Lei nº 12.303) desde de 2 de agosto de 2010. É um procedimento indolor e não invasivo, ou seja, seu bebê não vai sentir nada a não ser um apito no ouvido. O ideal é que se faça o exame na mesma semana que o bebê nasceu (geralmente após três dias de vida), mas sabemos que isso muitas vezes não é possível, então o prazo para a realização é até os três meses de vida da criança.

Quer saber como funciona o exame!? Pois bem, uma sonda é colocada no ouvido do recém nascido. Essa sonda tem um microfone acoplado a ela que emite e capta os sons. O som emitido é como se fossem cliques que fazem o tímpano vibrar passando pela orelha média e chegando a orelha interna (cóclea). A cóclea por sua vez vibra e emite uma resposta através de ondas vibratórias de volta para a sonda que está inserida no ouvido do bebê, que é captado pelo microfone.

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Esse é um dos modelos do aparelho. Olha como a sonda e pequenininha!!! 😊

O que acontece quando a cóclea não emite essa resposta!?

Aí entra o nosso caso… No caso de bebês com fissura a cóclea muitas das vezes não emite esse resultado de volta. O que quer dizer que como eles não tem o fechamento do palato, a orelha média fica comunicando diretamente com a boca do bebê. Então pode haver presença de líquidos (leite, secreções, etc.) dentro da orelha média o que não permite a cóclea vibrar fazendo com que o resultado do exame dê alterado (ausência de resposta). Mas não se preocupem!!! Após a palatoplastia tudo isso se resolve. Pode ser que seja preciso colocar um Tubinho de Ventilação no ouvido para que a secreção saia. Esse procedimento é bem simples e não deve deixar você preocupada. (Faremos um post explicando sobre isso. Aguardem!!)

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Resumindo…

O Teste da Orelhinha em fissurados, dá alterado (exceto em fissuras labiais)!!! Fiquem calmos!!! Tudo se resolverá após a palatoplastia. Tomem cuidado ao alimentar os bebês, sigam as dicas de alimentação que tudo dará certo. O importante é prevenir as otites de repetição, para preservarmos a audição dos nossos bebês.

Beijos e fiquem com Deus!!!

Ana Maria Poças.

CRFa 6-7185